Biden diz que EUA defenderia Taiwan, mas Casa Branca afirma que não há mudança na política

Afirmação do Presidente leva a esclarecimento. A política dos EUA sempre foi de ambiguidade estratégica em relação ao que faria em caso de um ataque da China a Taiwan.

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“Sim, temos um compromisso para fazer isso”, disse Biden quando questionado pela CNN sobre se os Estados Unidos defenderiam Taiwan JONATHAN ERNST/Reuters

O Presidente dos EUA Joe Biden afirmou que os EUA iriam agir em defesa de Taiwan caso a China, que considera a ilha parte do seu território, a atacasse, levando a Casa Branca a esclarecer, pouco depois, que a política dos EUA em relação a Taiwan não mudou.

“Sim, temos um compromisso para fazer isso”, disse Biden quando questionado pela CNN sobre se os Estados Unidos defenderiam Taiwan, que se queixa de uma crescente pressão da China para aceitar a soberania chinesa. Os Estados Unidos são obrigados legalmente a dar a Taiwan meios para se defender de um ataque destes, mas a política do país é, há muitos anos, de “ambiguidade estratégica” sobre se uma intervenção militar própria para proteger Taiwan no caso de um ataque chinês.

Em Agosto, a Casa Branca reafirmou a posição depois de uma declaração de Biden deixar dúvidas sobre a questão. Na altura, o porta-voz referiu-se à lei que rege a relação com Taiwan e disse que esta seria respeitada.

Taiwan afirmou, pelo seu lado, que está determinada em defender-se, notando ainda o apoio firme de Washington.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse aos EUA que deveriam evitar “dar sinais errados” aos apoiantes da independência de Taiwan.

A tensão entre China e Taiwan está no pior ponto dos últimos 40 anos, disse o ministro da Defesa Chiu Kuo-cheng, pondo mesmo a hipótese de a China poder levar a cabo uma invasão até 2025.

A China tem reagido a qualquer acção de reconhecimento de Taiwan, retirando por exemplo o seu embaixador da Lituânia quando esta anunciou a abertura de uma representação diplomática taiwanesa em Vilnius, e de seguida, um corte comercial, deixando de comprar produtos que importava da Lituânia.

Antes, a China tinha cortado várias importações da Austrália depois do apoio do país a uma investigação global sobre o modo como as autoridades chinesas reagiram à covid-19. A Austrália não reconhece Taiwan mas tem mantido um apoio discreto ao longo dos anos, que se tem mostrado mais recentemente. A visita do antigo primeiro-ministro Tony Abbott a Taiwan foi alvo de duras críticas no jornal China Daily.