Com poucos vacinados e enfermarias lotadas, Letónia avança para confinamento
Governo pediu desculpa pelo rigor das medidas impostas aos letões que já foram vacinados.
A Letónia inicia, na quinta-feira, um confinamento de quase um mês, que incluirá recolher obrigatório, devido ao agravamento do número de infecções por covid-19 no país, onde a taxa de vacinação é das mais baixas da União Europeia.
A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro, Krisjanis Karins, na sequência de uma reunião de emergência realizada pelo Governo na segunda-feira à noite.
De acordo com o primeiro-ministro, o confinamento começará a 21 de Outubro e irá manter-se até 15 de Novembro, já que a pandemia continua a espalhar-se rapidamente, fazendo com que as enfermarias dos hospitais estejam superlotadas de doentes com covid-19.
Krisjanis Karins admitiu que o seu Governo falhou o objectivo de convencer um número de cidadãos suficiente a receber vacinas, adiantando que, neste momento, apenas pouco mais de metade dos letões está totalmente vacinada.
“Há muitas, muitas pessoas, que não foram vacinadas”, disse Karins, citado pela estação pública letã LSM.
Até agora, a Letónia, onde vivem 1,9 milhões de pessoas, registou cerca de 190.000 casos confirmados de covid-19 e quase 2.900 mortes.
O Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da Letónia avançou na segunda-feira que a taxa de incidência da doença no país é de 864 pessoas por cada 100.000 habitantes, constituindo actualmente uma das mais altas do mundo.
O Governo anunciou que será imposto, a partir de quinta-feira, um recolher obrigatório em todo o país, entre as 20h e 5h, e que a maioria das lojas terá de encerrar portas, além de todos os eventos de entretenimento, desporto ou culturais passarem a ser proibidos, quer sejam dentro de portas ou ao ar livre.
Karins e o ministro da Saúde, Daniels Pavluts, pediram desculpa pelo rigor das medidas impostas aos letões que já foram vacinados.
“Nós, Governo e sociedade como um todo, não conseguimos alcançar uma cobertura de vacinação suficientemente alta, pelo que temos de vos pedir que suspendam as vossas vidas por várias semanas para evitar o pior cenário possível”, disse Pavluts.