Jornada em memória das vítimas da covid já tem iniciativas marcadas em todo o país

Promotores esperam que mais cidadãos e instituições se juntem à iniciativa que pretende ser de memória das vítimas, mas também de esperança, graças aos números de vacinação. As jornadas Memória e Esperança decorrem entre 22 e 24 de Outubro.

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O próximo fim-de-semana será também um momento de luto colectivo, em nome dos que não puderam despedir-se dos seus entes queridos Paulo Pimenta

Vai haver plantação de árvores, exposições, minutos de silêncio, missas e muito mais. A resposta aos promotores da jornada Memória e Esperança, criada como homenagem às vítimas da covid-19, tem crescido nas últimas semanas e ainda deverá tornar-se mais expressiva à medida que se aproximam as datas previstas para o evento: de 22 a 24 de Outubro. O encerramento vai contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O manifesto assinado por cem promotores foi lançado em Julho, dando conta das razões por detrás das jornadas. Pretendia-se homenagear as vítimas da covid-19, permitir um momento de luto colectivo a todos, incluindo os que foram impedidos de o fazer durante o período de confinamento, e ao mesmo tempo celebrar tudo o que aprendemos - seja através da actuação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), seja com o sucesso da campanha de vacinação, que fez com que Portugal fosse o primeiro país a atingir os 85% de cidadãos vacinados.

“Quem quiser pode acrescentar novas iniciativas. A adesão tem sido espectacular, o que mostra que as pessoas queriam ter um momento para não deixar esquecer a memória dos que partiram e afirmar que temos razões de esperança. Mostra que a iniciativa era bem vista e necessária”, diz o jornalista Jorge Wemans, um dos promotores das jornadas. 

Manuel Pinto, professor catedrático do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, é outro dos responsáveis pela iniciativa e espera que ainda surjam novas iniciativas para juntar à lista já disponível na página criada para o evento (memoriaeesperança.pt). “Custou um bocadinho a arrancar. Estava-se à espera que alguém dissesse o que era para se fazer. A nossa ideia é que era difícil fazer receitas e aplicá-las. Queríamos que cada grupo, cada pessoa, sopesasse os seus recursos e o que era mais adequado. Podem ser coisas muito simples ou mais grandiosas”, diz. 

A página online das jornadas já deixa algumas sugestões: os sinos das igrejas podiam tocar ao meio-dia, as famílias poderiam colocar uma vela nas janelas das suas casas, as escolas, as instituições de saúde e as autarquias eram convidadas a criarem iniciativas próprias, capazes de mobilizarem as suas comunidades mais próximas.

O calendário já vai longo. Em Aveiro, alguns alunos do 6.º ano vão usar as “máscaras da esperança” que eles próprios criaram com mensagens “de esperança e de tributo”; vão ser plantadas árvores em Braga, Castelo Branco, Amarante, Câmara de Lobos (Madeira) ou Vila Real. Na Aldeia do Souto, em Castelo Branco, os sinos da aldeia vão tocar às 17h do dia 22.

Apesar de as jornadas estarem marcadas entre 22 e 24 de Outubro, os organizadores admitem desde sempre que possam surgir iniciativas que se estendam para lá destas datas. O encerramento oficial é que já está marcado, sendo uma das três iniciativas nacionais associadas à data.

Às 17h30 do dia 24 (Domingo), Marcelo Ribeiro de Sousa vai participar na plantação de duas árvores em Lisboa, a da Memória, junto ao Hospital de Santa Maria (lembrando as vítimas e o trabalho do SNS) e a da Esperança ao lado do estádio da Universidade de Lisboa, ponto de vacinação importante da cidade. 

As outras duas iniciativas nacionais estão marcadas para sexta-feira, com um voto de congratulação pelas jornadas que deverá ser apresentado na Assembleia da República, no final da sessão plenária, e para domingo, com um concerto das bandas dos três ramos das Forças Armadas. Vai ser no Rossio, em Lisboa, durante a manhã.

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