FC Porto entra a golear o Sintrense na Taça de Portugal
Triunfo expressivo com um bis de Sérgio Oliveira e outro de Evanilson desfez as ilusões da equipa do quarto escalão, que não teve argumentos para incomodar Marchesín.
Compenetrado mas absolutamente inofensivo, o Sintrense — do quarto escalão do futebol nacional — foi nesta sexta-feira presa demasiado fácil perante a entrada a fundo do FC Porto nesta terceira eliminatória da Taça de Portugal.
Mesmo com um “onze” alternativo, os “azuis e brancos” abordaram o encontro com a pressa típica de quem precisa de resolver a questão rapidamente para poder começar a ganhar fôlego para a Liga dos Campeões, compromisso decisivo na corrida aos oitavos-de-final, frente ao AC Milan, na terça-feira.
Em Massamá, num estádio propício a acelerações mais fortes, os portistas tiveram em Sérgio Oliveira e Evanilson — ambos a assinarem um bis — os grandes protagonistas da noite em que Toni Martínez apareceu para fazer as pazes com o golo e selar o resultado robusto. Tudo, sem que o Sintrense tivesse conseguido um remate enquadrado com a baliza dos portuenses, apesar da tentativa de encarar Marchesín no último lance da partida.
Aliás, o FC Porto aproveitou a prova rainha para descansar Diogo Costa e estrear o antigo titular, o internacional argentino Marchesín, na baliza, ainda que as perspectivas de uma noite sem grande acção deixassem o guarda-redes ansioso por novas oportunidades.
Sem alguns nomes de maior preponderância na equipa, como Mbemba, Matheus Uribe, Luis Díaz, Corona e Taremi, Sérgio Conceição fez alinhar Otávio, regressado de lesão. Mas, mais do que assumir-se como elemento desequilibrador, o internacional português precisava deste jogo para acelerar a integração, já a pensar no duelo com os milaneses. Nesse campo, tudo se conjugou, permitindo uma boa gestão do esforço face ao evoluir dos acontecimentos. Aliás, salvo honrosas excepções, o FC Porto apresentava-se com uma equipa praticamente nova, em que Sérgio Oliveira assumiu a batuta, usando uma vasta gama de recursos para regular a chama dos “dragões” antes de cuspir duas bolas de fogo no momento certo.
Também a expectativa em relação a Pepê e ao que o extremo seria capaz de mostrar, num teste oportuno para o brasileiro brilhar, acabou por esbarrar na muralha erigida pelo Sintrense, perfeitamente consciente da relação de forças e de que sem uma estratégia pragmática dificilmente sairia vivo deste embate.
Facto que se traduziu num jogo sem oportunidades para se organizar ofensivamente e esboçar um simples remate para despertar Marchesín.
Ainda assim, foi pelo corredor de Wendell e Pepê que o FC Porto começou a ganhar o jogo, construindo os dois momentos cruciais para simplificar a tarefa portuense através de uma pressão alta, a provocar dois erros fatais na saída de jogo dos “locais”.
Na primeira aberta, Sérgio Oliveira deflagrou uma bomba que implodiu as ilusões do Sintrense. No segundo, a bola rodou da esquerda para a direita, com Francisco Conceição a obrigar o guarda-redes Diogo Garrido a uma defesa incompleta, que Sérgio Oliveira aproveitou para ampliar. O FC Porto já não precisava de olhar para o relógio e passava a construir o suficiente para manietar o adversário, esperando por nova oportunidade para desferir o golpe final. Daí que o terceiro golo tenha surgido apenas na segunda parte.
Evanilson também bisa
E a espera portista pelo 0-3 não foi muito longa. Mais uma vez, Sérgio Oliveira a pegar na bola e a solicitar o pique de Evanilson, que explorou a profundidade e atirou sem hesitar, depois de uma entrada um pouco a frio.
O avançado brasileiro não cederia o lugar a Toni Martínez antes de imitar Sérgio Oliveira e bisar em lance confuso na área do Sintrense, que Evanilson concluiu depois de uma carambola de remates de calcanhar e dúvidas sobre o posicionamento do portista.
Ao Sintrense restava, então, evitar uma derrota por números esmagadores, embora a cadência de ataques do FC Porto tivesse tornado praticamente impossível a missão da equipa do Campeonato de Portugal. Toni Martínez ainda foi, por isso, muito a tempo de também atirar a contar, selando a goleada.