Os Fidalgos da Casa Mourisca regressam ao ecrã para o seu centenário

Clássico do mudo português, estreado em 1921 e restaurado pela Cinemateca, será exibido em Lisboa e no Porto com a interpretação ao vivo da música original de Armando Leça

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"Os Fidalgos da Casa Mourisca", adaptação do romance de Júlio Dinis por Georges Pallu realizada em 1920. dr
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A Cinemateca Portuguesa continua o seu projecto de recuperação e redisponibilização de obras do cinema mudo português. Depois de Maria do Mar de Leitão de Barros, exibida no São Luiz no âmbito do projecto Filmar e no próximo mês de Novembro no festival Porto/Post/Doc com música de Bernardo Sassetti, e antes de Nazaré, Praia de Pescadores, do mesmo realizador, no Doclisboa, com música de Filipe Raposo, é a vez de Os Fidalgos da Casa Mourisca, adaptação do romance de Júlio Dinis por Georges Pallu realizada em 1920. 

No sábado 16 de Outubro, na sala Dr. Félix Ribeiro, em Lisboa, pelas 17h00, e depois no domingo, 17, no Coliseu do Porto, às 17h30, exibir-se-á assim em “filme-concerto” (à falta de melhor descritivo) a nova cópia digital em alta-definição de Os Fidalgos da Casa Mourisca. As sessões, marcando a passagem dos 100 anos da estreia do filme (a 14 de Janeiro de 1921, no cinema Condes, em Lisboa), terão acompanhamento ao vivo dos Solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direcção do maestro Cesário Costa. 

"Os Fidalgos da Casa Mourisca" com 3h15 de duração, foi “o mais longo filme mudo português”
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"Os Fidalgos da Casa Mourisca" com 3h15 de duração, foi “o mais longo filme mudo português”

O grupo de oito elementos (Alexei Tolpygo e José Teixeira ao violino; Ana Cláudia Serrão ao violoncelo; Coral Tinoco à harpa; Filipe Freitas ao oboé; Irma Skenderi à viola, Paulo Oliveira ao piano; e Vladimir Kuznetsov ao contrabaixo) irá interpretar a partitura original escrita em 1920 por Armando Leça (1891-1977), e que foi reconstruída por uma equipa da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa sob a direcção de Bárbara Carvalho e Manuel Deniz Silva.

Trata-se do segundo “momento” do projecto da Cinemateca sobre a Invicta Film, “a mais importante e mais prolixa companhia cinematográfica portuguesa do período do cinema” segundo a entidade, e também mais uma adenda ao riquíssimo trabalho de restauro da instituição sobre a herança do cinema mudo nacional. O trabalho sobre a Invicta iniciou-se com o lançamento em DVD, no Verão de 2020, de A Rosa do Adro, em edição conjunta com Frei Bonifácio e Barbanegra, todos realizados por Pallu (1869-1948), cineasta francês que trabalhou em Portugal, sempre para aquela produtora, entre 1918 e 1924. O DVD terá igualmente uma apresentação oficial — atrasada devido às limitações pandémicas — logo antes da projecção de Os Fidalgos da Casa Mourisca, às 16h00, na livraria Linha de Sombra.

Os Fidalgos da Casa Mourisca — que, com 3h15 de duração, foi “o mais longo filme mudo português” — será posteriormente lançado em DVD durante 2022, já sincronizado com uma gravação em estúdio da partitura de Armando Leça. 

A equipa da FCSH estivera já envolvida na reconstrução do trabalho de Leça para A Rosa do Adro, e está ainda aos comandos da recriação das suas composições para Amor de Perdição, que Pallu dirigiu em 1921 a partir do livro de Camilo Castelo Branco, e que deverá ser exibido pela Cinemateca em Novembro com acompanhamento musical dos Solistas da OML e a participação do especialista Nicholas McNair, na que será a terceira etapa do projecto Invicta Film. Mais pormenores podem ser obtidos nos sites oficiais www.cinemateca.pt e www.coliseu.pt 

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