Electricidade sobe 3% para famílias em mercado regulado a partir de 1 Outubro

Custos no mercado grossista levam ERSE a subir tarifa para o mercado regulado, onde estão 933 mil clientes. Alteração não condiciona mercado livre, recorda entidade reguladora.

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"As demais tarifas, fixadas a 15 de Dezembro de 2020 para vigorarem no ano 2021”, esclarece a entidade reguladora, “mantêm-se inalteradas” Reuters/Max Rossi

O preço da electricidade no mercado regulado vai aumentar, a partir de 1 de Outubro e até ao final deste ano, com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a determinar uma subida de 1,05 euros por mês para a maioria dos consumidores nesse segmento.

Numa nota, publicada esta quarta-feira, a ERSE afirma que, “face ao aumento de preços de energia no Mercado Ibérico de Electricidade  (MIBEL), actualizou o preço da tarifa de energia do mercado regulado, em 5 euros por MWh, com efeitos a partir de 1 de Outubro de 2021”.

A aplicação da nova tarifa de energia produz efeitos a partir do início do próximo mês e vigora “até ao final do ano de 2021 e abrange os consumidores no mercado regulado (cerca de 5% do consumo total e de 933 mil clientes, em Junho de 2021)”.

 "As demais tarifas, fixadas a 15 de Dezembro de 2020 para vigorarem no ano 2021”, esclarece a entidade reguladora, “mantêm-se inalteradas”.

A comunicação da ERSE quantifica que, “para a maioria dos clientes domésticos do mercado regulado”, tomando um exemplo de um “casal sem filhos com potência contratada de 3,45 kVA (consumo 1900 kWh/ano), a actualização será cerca de 1,05 euros na factura média mensal”. No caso de quatro pessoas, ou seguindo o exemplo de “um casal com dois filhos, com uma potência contratada de 6,9 kVA (consumo 5000kWh/ano)”, o aumento médio é de 2,86 euros, por mês.

A ERSE explica que “tendo por base os consumidores-tipo do simulador de preços de energia da ERSE, o impacto estimado da actualização da tarifa de energia para os consumidores do mercado regulado é de aproximadamente mais 3%, em relação aos preços em vigor, no total da factura de electricidade”, incluindo IVA.

Se a equação incluir a “redução de 0,6% ocorrida em Janeiro” passado e as “actualizações de Julho e de Outubro próximo”, agora anunciada, então “a variação tarifária média anual entre 2021 e 2020 será cerca de 1,6%”.

A reguladora lembra que a “tarifa de energia reflecte o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso (CUR) nos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”. E que, com a subida continuada dos preços grossistas no Mibel, “a estimativa actualizada para o ano de 2021 aponta para um custo de aquisição do CUR de 73,24 EUR/MWh [megawatt/hora], o que corresponde a um desvio de 21,21 EUR/MWh, mais 41% que o valor reflectido nas tarifas em vigor”, segundo a mesma nota.

A ERSE sublinha ainda que “esta alteração não condiciona o mercado livre a repercutir a mesma actualização de preços, já que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de electricidade e procura oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial”.