Procuram-se artistas que se inspirem no Douro — e há bolsas para os que lá viverem
Vivificar vai atribuir bolsas a quatro artistas residentes ou naturais da região do Douro, no valor de três mil euros. Candidaturas podem ser feitas até 19 de Novembro.
O projecto Vivificar desafia 12 artistas, quatro dos quais do Douro, para a criação de trabalhos inéditos sobre o território duriense que serão expostos em Alijó, Lamego, Mêda, Torre de Moncorvo e Noruega, foi esta quarta-feira anunciado.
Promovido pela plataforma de fotografia Ci.CLO, o projecto vai atribuir bolsas a quatro artistas residentes ou naturais da região do Douro (deve ser apresentado um comprovativo de residência), que se juntarão aos restantes oito, nacionais e noruegueses, em residências artísticas que decorrerão nos concelhos de Alijó, Lamego, Mêda, Torre de Moncorvo.
O director artístico da Ci.CLO, Virgílio Ferreira, afirmou, citado em comunicado, que “o projecto Vivificar parte dos conceitos de “viver” e “ficar”, no sentido em que nasce com o propósito de procurar respostas criativas para o desafio da fixação populacional na região do Douro, baseadas na construção de diálogos com as comunidades e no aprofundamento de perspectivas sobre os contextos socioeconómicos, ecológicos e culturais dos territórios em questão”.
“Pretende-se que as intervenções community-specific sejam inclusivas e se construam da interacção entre os artistas, as comunidades e os territórios, conseguindo com isso não só estimular a reflexão artística, como contribuir para o desenvolvimento cultural da região a médio e longo prazo”, salientou o responsável. Articulando a fotografia, novos media e arquitectura, o projecto desafia os artistas e vários especialistas para a “construção de diálogos com as comunidades”.
O programa arranca com uma convocatória para a atribuição de quatro bolsas — já disponível no site — destinadas a artistas naturais ou residentes na Região Demarcada do Douro, no valor monetário de 3.000 euros, e que inclui a participação numa residência artística a decorrer num dos quatro municípios parceiros durante seis semanas, alimentação e mentoria durante o processo de criação. As candidaturas podem ser feitas até 19 de Novembro e o regulamento pode ser consultado aqui.
De acordo com a Ci.CLO, em cada residência artística vão intervir três artistas, designadamente um residente ou natural da região, um nacional e um norueguês, tendo “em vista a criação de trabalhos inéditos sobre estes territórios”. Como resultado, será produzida uma exposição, apresentada nos respectivos municípios, estando também programada uma mostra colectiva no Museu do Douro e no Surnadal Billag, na Noruega, com uma selecção dos trabalhos dos 12 artistas.
O projecto Vivificar é organizado e produzido pela plataforma Ci.CLO, sendo financiado pela EEA Grants e operado pela Direcção-Geral do Património Cultural, envolvendo ainda a Direcção-Geral das Artes, a Fundação Museu do Douro e as câmaras de Alijó, Lamego, Mêda e Torre de Moncorvo, o Surnadal Billag A/S (Noruega) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com apoio mecenático do BPI e da Fundação “la Caixa”.
O projecto enquadra-se no concurso Connecting Dots - Mobilidade Artística e Desenvolvimento de Públicos, do Programa Cultura, no âmbito dos EEA Grants, um mecanismo financeiro criado com o objectivo de reforçar as relações bilaterais entre os Estados-membros da União Europeia e a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.
A Ci.CLO, responsável pela organização, produção e curadoria da Bienal Fotografia do Porto, é uma estrutura independente de pesquisa e criação, na área da fotografia e sua interacção com outras disciplinas artísticas, ambientais e sociais.