Turismo no Alentejo com receitas próximas do pré-pandemia

Em Julho, os proveitos totais nos estabelecimentos turísticos caíram 44% face ao mesmo período de 2019, mas no caso do Alentejo a queda ficou-se pelos 2%.

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Alojamentos no Alentejo tiveram proveitos de 22,3 milhões em Julho Rui Gaudencio

Os alojamentos turísticos registaram proveitos totais de 296,9 milhões de euros em Julho, valor que representa uma subida de 87% face a idêntico mês do ano passado mas que é inferior em 44,5% quando comparado com Julho de 2019, antes dos efeitos negativos da pandemia de covid-19. De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo INE, os efeitos fazem-se sentir de forma distinta pelo território nacional, com o Alentejo a perder apenas 2% em relação a Julho de 2019, com 22,3 milhões de euros de proveitos.

A maior diferença encontra-se na Área Metropolitana de Lisboa, com -69% face a Julho de 2019, penalizada pela queda no número de visitantes estrangeiros e pela diminuição das viagens de curta duração, seguindo-se depois a região Norte, com -45%, e o Algarve, com -43%. Neste último caso, aquela que é a região mais procurada no Verão (40% do total das receitas) viu os proveitos encolherem 91 milhões de euros entre Julho de 2019 e Julho de 2021, não obstante a melhoria registada em relação ao ano passado (mais 48 milhões).

O grande impulso continua a ser dado pelos turistas nacionais. De acordo com o INE, o sector registou 1,6 milhões de hóspedes - dos quais um milhão são residentes - e 4,5 milhões de dormidas no passado mês de Julho, o que compara com um milhão de hóspedes e 2,6 milhões de dormidas em Julho de 2020. “Os níveis atingidos em Julho de 2021 foram, no entanto, inferiores aos observados em Julho de 2019, tendo diminuído o número de hóspedes e de dormidas, 42,5% e 45,0%, respectivamente”, afirma o INE, destacando o crescimento de 6,4% nas dormidas de residentes e o decréscimo de 67,6% nas dormidas de não residentes.

O instituto de estatística destaca “os crescimentos expressivos das dormidas de residentes” em Julho, face ao mesmo mês de 2019, chegando aos 60% na Madeira, 26% nos Açores, 19% no Algarve 13% no Alentejo.

Olhando para o total dos primeiros sete meses do ano, houve uma diminuição de 2,4% das dormidas totais (devido à queda dos não residentes, parcialmente compensada pelos residentes) face ao mesmo período de 2020, valor que passa para -67,4% quando a comparação é feita com os sete meses de 2019. No passado mês de Julho, diz o INE, “19,1% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes” (valor que era de 26% em Junho). Na análise não estão contempladas as unidades de alojamento local com menos de 10 camas.

Os dados da estatística rápida referentes a Agosto serão conhecidos no final deste mês (sendo depois reforçados a 14 de Outubro com mais informação), mas tudo aponta para que a recuperação tenha acelerado um pouco mais naquele que é o período mais importante para o sector.

A maior parte dos turistas estrangeiros chega a Portugal de avião e, de acordo com os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat, o número de voos comerciais em Agosto na União Europeia (UE) ficou 31% abaixo do mesmo período de 2019, valor que compara com -37% em Julho. A Grécia é o Estado membro com variação mais baixa (-7%), mas Portugal também ficou abaixo da média da UE, com -27,1%, a par da Espanha e da Itália.

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