Só chega no início do próximo ano, mas a Citroën não parece acreditar que os trunfos se devem guardar na manga. Vai daí, pegou num “pré, pré, pré-série” e colocou-o em road-show por alguns países europeus, Portugal incluído. A vontade: mostrar que o X do novo C5 é mesmo uma encruzilhada. Trocado por miúdos, o novo topo de gama da marca gaulesa — e o regresso da Citroën ao importante segmento D, no qual já fez história no passado, com modelos emblemáticos — pretende beliscar vários segmentos, ao revelar a elegância de uma berlina, o espaço e versatilidade de uma carrinha, a robustez de um SUV e o dinamismo de um coupé.
Por fora, é visível a opção por um capot longo, que lhe permite reivindicar uma silhueta elegante, e rodas grandes, a conferir robustez, enquanto no interior é o espaço que dá cartas, sem que a mala saia prejudicada, exibindo uma volumetria útil de 545 litros (menos 60 litros nas versões híbridas de ligar à corrente). Além disso, foi trabalhado o acesso à bagageira que, além de grande e largo, é plano, o que facilita o carregamento de objectos de maior dimensão. Pelo habitáculo há ainda 13 espaços distintos de arrumação que, no seu conjunto, oferecem 29 litros.
O porta-estandarte, que a marca acredita que virá a ser uma espécie de cartão-de-visita (valerá tanto pelas suas próprias vendas como pela apresentação da restante gama), chegará com o programa de conforto avançado já conhecido do emblema do duplo chevron, mas com várias melhorias. A saber, a suspensão activa foi trabalhada no sentido de ser ainda mais responsiva a cada modo de condução seleccionado; os bancos chegam com uma camada de espuma adicional, prometendo moldarem-se a cada corpo; e a sensação de lounge no habitáculo foi reforçada pelo trabalho de isolamento acústico ou pela oferta em termos de conectividade.
No capítulo da tecnologia há, aliás, novidades a sublinhar, como um sistema de head-up display de maiores dimensões e a cores, configurável consoante os desejos do condutor, ou um assistente pessoal com reconhecimento de voz natural que responderá, adivinhe-se, à chamada “Hello Citroën”.
Nas mecânicas, a mais apetecível, caso as políticas fiscais para os híbridos plug-in se mantenham, será a PHEV, que assenta num bloco Puretech a gasolina de 180cv associado a um motor eléctrico de 81,2 kW, geridos por uma ë-EAT8. A autonomia eléctrica, que ainda aguarda homologação, espera-se que venha a ser mais de 50 quilómetros graças a uma bateria de iões de lítio de 17,4 kWh. Em termos de prestações, há a explorar 225cv e um binário de 360 Nm, transmitidos ao eixo dianteiro — não é expectável que a marca dote o C5 X de tracção integral, considerando que esta está mais em linha com o ADN da irmã Peugeot.
A oferta completa-se com duas declinações a gasolina: uma de 130 e outra de 180cv, mas ambas acopladas a uma automática EAT8.
Para já não há preços para uma viatura cuja fase de pré-encomendas deverá arrancar ainda este mês, mas estima-se que se aproxime dos preços do Peugeot 508 — como referência, o valor de comercialização do 508 Hybrid 225cv arranca, segundo o configurador do emblema, nos 44.845€.