Cristiano Ronaldo torna-se o melhor marcador de sempre em selecções
Avançado português marcou pela primeira vez frente à República da Irlanda, o suficiente para fazer esquecer Ali Daei e acelerar a missão de calar de vez a polémica contabilidade de Josef Bican, para sagrar-se o melhor e incontestado marcador de sempre.
Cristiano Ronaldo acaba de romper a barreira dos 109 golos com a camisola de Portugal ao bisar frente à República da Irlanda, com dois cabeceamentos já na segunda parte do encontro e que deu a vitória (2-1) à selecção nacional. Com estes dois remates certeiros, CR7 assume, já sem a companhia do iraniano Ali Daei, o estatuto de melhor goleador de sempre a nível de todas as selecções mundiais. No último minuto, o capitão português deu o triunfo a Portugal e colocou a sua marca nos 111 golos.
O capitão da selecção nacional marcou pela primeira vez frente à República da Irlanda - depois de ter ficado em branco nos particulares de 2005 e 2014 -, isolando-se rumo a nova missão: acabar com rasuras na disputa com o checo Josef Bican, o seu novo e mais recente concorrente na lista de melhores goleadores de sempre, e assumir-se como o maior goleador de todos os tempos.
Em rigor, voltando a Ali Daei, Cristiano Ronaldo já o tinha alcançado no jogo com a França, no Euro 2021, há mais de dois meses, onde - para além de ter sido o primeiro jogador a disputar cinco Campeonatos da Europa consecutivos e de ter superado a marca de 9 golos de Michel Platini enquanto máximo artilheiro da história dos Europeus - garantiu o título de melhor marcador da competição, com cinco golos (mesmo ficando-se pelos oitavos-de-final).
Para a contabilidade do futebol fica o registo do 109.º golo, que, então, igualava o máximo de Ali Daei. Mas bem lá no fundo, no íntimo, numa conta muito pessoal, o agora jogador do Manchester United não deixará de somar um golo limpo… que ainda tem atravessado na garganta. Isto, porque o português marcou na Sérvia, em Março, um golo que correu mundo por não ter sido validado, num gritante erro de arbitragem que nem a ausência de VAR e demais tecnologias justifica.
Seja como for, Cristiano Ronaldo voltou a superar-se e a confirmar que os recordes o perseguem para onde quer que vá: seja nos clubes, na selecção, nas redes sociais ou nos negócios.
Aliás, quando acaba de comprometer-se com os “red devils” até 2024, Cristiano Ronaldo começa a ficar sem objectivos em termos de recordes a estabelecer. Enquanto isso, o madeirense de 36 anos empreende mais uma empreitada, nem que seja para dissipar as últimas dúvidas quanto ao nome do maior artilheiro da história do futebol em jogos oficiais.
Algo que, depois de sucessivos avanços e recuos - sempre às voltas com a imprecisão da história -, concretizou em Janeiro deste ano, quando apontou o 760.º golo da carreira, ainda pela Juventus, frente ao Nápoles, na Supertaça de Itália, superando o checo Josef Bican… ainda que só dez golos mais tarde tenha assumido, após “hat-trick” frente ao Cagliari, haver chegado ao cume dos goleadores, tendo, na ocasião, sido felicitado pelo próprio Rei Pelé, cujos números míticos suplantou.
Nessa altura, Ronaldo afirmou mal poder esperar pelos próximos jogos, desafios, recordes e troféus, avisando que o filão estava longe de esgotar-se e a história de chegar ao epílogo. Agora, com a certeza de que a federação iraniana não seguirá a via da homóloga checa para apresentar novos números e reclamar proezas perdidas no tempo e nos rascunhos dos primeiros goleadores, a Cristiano resta a certeza de que dos 62 golos (contas feitas assumindo o registo de 821 golos de Josef Bican) que os checos desafiavam o português a facturar para poder, finalmente, reclamar a coroa de maior artilheiro de todos os tempos, já só faltam menos de 37 golos, sensivelmente os remates certeiros assinados pelo português na Juventus, tanto na segunda (37) como na última (36) época em Itália.