ANA e TAP alertam para tempos de espera elevados devido a greve no SEF

De 14 a 31 de Agosto, nas horas de maior tráfego internacional, são expectáveis tempos de espera elevados no controlo de fronteira dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal, Porto Santo e Ponta Delgada.

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Paulo Pimenta

Tanto a ANA, como a TAP lançaram esta sexta-feira alertas aos passageiros sobre possíveis tempos de espera elevados nos aeroportos nacionais, na sequência de uma greve dos trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Numa resposta escrita enviada à Lusa, a ANA – Aeroportos de Portugal referiu que “devido à greve convocada pelo SIIFF, Sindicato do Serviço Estrangeiros e Fronteiras, de 14 a 31 de Agosto, nas horas de maior tráfego internacional, são expectáveis tempos de espera elevados no controlo de fronteira dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal, Porto Santo e Ponta Delgada”.

A empresa garantiu que “fará tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar os constrangimentos causados aos passageiros, a quem agradece desde já pela compreensão e colaboração”.

A ANA pede ainda aos passageiros para que “sempre que possível” e quando tiverem como destino países fora do espaço Schengen se dirijam “mais cedo ao embarque”.

No mesmo sentido, e de acordo com um alerta publicado no ‘site’, a companhia aérea portuguesa, avisa que são “expectáveis tempos de espera consideráveis no controlo de fronteiras dos aeroportos nacionais”. Assim, a TAP recomenda que os passageiros com destino de países fora do espaço Schengen verifiquem o estado do seu voo, antes de se dirigirem aos aeroportos.

Os funcionários da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que trabalham nos principais postos de fronteira do país começam no sábado uma greve parcial que vai durar até ao final do mês, anunciou o sindicato, na quinta-feira.

Em comunicado, o Sindicato dos Inspectores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras explicou que esta greve parcial decorre da falta de resposta do Governo quanto aos direitos destes inspectores na sequência da aprovação da proposta de lei que “prevê a dispersão de competências policiais do SEF pela PJ, PSP e GNR”. 

Fonte do sindicato adiantou à Lusa que a greve parcial será de duas horas por dia.

O sindicato considera que esta lei “ditará, inapelavelmente, o fim do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, e lembra que numa reunião em Junho o ministro da Administração Interna definiu o final daquele mês como data limite para apresentar um documento com “os termos em que se asseguravam os direitos” destes inspectores, lamentando que tal ainda não tenha acontecido.

“Até à presente data tal documento não chegou a este sindicato, tampouco foi indicado o motivo justificativo de tal omissão”, sublinha.

O sindicato diz que o ministro tem conduzido este processo com “opacidade e leviandade” e repudia “a patente falta de compromisso por parte do Governo”, considerando que coloca em causa a boa-fé do executivo em todo o processo de reestruturação e representa uma “clara intenção de extinção desta carreira policial”.

“Perante esta postura do Governo, que continua a escusar-se em esclarecer os profissionais do SEF quanto ao seu futuro, resta-nos somente o recurso à contestação através dos meios legais de que dispomos”, refere o sindicato.

A Assembleia da República aprovou em Julho a proposta do Governo que define a passagem das competências policiais do SEF para a PSP, GNR e Polícia Judiciária.

Entretanto, sobre esta greve, a Confederação do Turismo de Portugal emitiu um comunicado em que apela a um entendimento entre o Sindicato e o Governo. Segundo o presidente da entidade, Francisco Calheiros, “é irresponsável e lesa a economia a realização de uma greve dos trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) nesta altura do ano, principal período de férias, e num momento em que o Turismo atravessa uma das suas principais crises”.