Voluntários resgatam gatos após incêndios florestais na Sibéria
Mais de 40 casas foram destruídas em Byas-Kyuyol, na Sibéria, e 185 pessoas ficaram desalojadas, deixando tudo para trás. As equipas de voluntários conseguiram resgatar seis gatos, quatro deles gravemente feridos.
Durante o fim-de-semana, Byas-Kyuyol, uma vila na Sibéria, foi atingida por incêndios florestais de uma forma tão inesperada que as pessoas fugiram e deixaram os seus animais de estimação para trás. Desde então, as equipas de resgate já salvaram seis gatos que sobreviveram às chamas.
De acordo o meio de comunicação local News Ykt, os incêndios que, neste Verão, afectaram a região siberiana no nordeste de Yakutia deixaram 185 pessoas desalojadas ao destruírem mais de 40 casas em Byas-Kyuyol, no sábado. Não foram registados feridos.
Voluntários de equipas de regaste vasculharam as ruínas da vila à procura dos gatos, depois de os avistarem num vídeo da comunicação social. Acabaram por encontrar seis gatos, quatro deles gravemente feridos nos fogos e que agora estão a ser tratados numa clínica em Yakutsk, a capital regional.
Um dos gatos estava num pântano a tentar arrefecer as patas feridas, disse Ekaterina Fedorova, uma activista dos direitos dos animais, que também estava entre os voluntários. “É óbvio que as patas estavam a doer, então ele sentou-se na água”, explica.
“Os gatos escondem-se quando ficam stressados. Encontrámos dois deles numa casa abandonada... é bom que eles não tenham sido queimados”, refere Fedorova. Outra voluntária mencionou ter encontrado os restos mortais de um cão que estava preso e morreu nas chamas.
Fedorova adiantou que os donos de dois dos gatos pediram para os ter de volta, assim que resolverem o problema das suas casas destruídas. As autoridades locais prometem reconstruí-las em meados de Outubro.
Yakutia, a maior região da Rússia, é afectada por incêndios florestais todos os anos, mas têm sido particularmente intensos nos últimos anos. Os fogos deste ano cobriram as cidades com um fumo denso que chegou até ao Pólo Norte.
O chefe da região relacionou a ferocidade dos incêndios com as alterações climáticas e segundo o programa Copernicus da União Europeia, estima-se que este ano os incêndios em Yakutia emitiram quantidades recorde de emissões de carbono, apesar de ainda faltarem semanas para a época de incêndios terminar.
Alimentados pelo clima quente, os incêndios têm aumentado os receios em relação ao degelo do permafrost, o que faria com que o carbono armazenado na tundra fosse libertado e as temperaturas aumentassem.