Ímpar
Do orgasmo às abelhas, passando pelo tricô
Bem-estar, famílias e relações, moda, celebridades... Um mundo que não é fútil.
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Há dias para celebrarmos tudo, mesmo o orgasmo. A data assinalou-se no último dia de Julho e no Ímpar escrevemos sobre cinco mitos que se impõe destruir sobre o orgasmo feminino. Este foi também o tema que fez reunir, em Lisboa, as jornalistas Carla B. Ribeiro, do PÚBLICO, e Rita Marrafa de Carvalho, da RTP, a sexóloga Tânia Graça e a enfermeira Carmen Garcia para uma conversa descomplexada e informada sobre a sexualidade e o prazer feminino. Independentemente da idade ou do género, vale a pena ouvi-las.
Há uma semana, Carmen Garcia escreveu sobre antibióticos e bactérias resistentes — importante ler para percebermos um dos mais graves problemas de saúde pública a nível global. Esta semana, põe em causa o Plano Nacional de Leitura que não consegue chegar a que não lê, numa crónica com o título Leio, logo existo. “Quem lê vive múltiplas vidas. Quem não lê morre todos os dias. E um país que não lê é um país que definha lentamente, preso na caverna com medo da própria sombra, um país que caminha de regresso à escuridão.”
Sobre escuridão e ignorância escreve a médica pediatra Vânia Mesquita Machado que defende que os mais novos tomem a vacina contra a covid-19, para que possam viver uma vida como a que se vivia antes da pandemia, para que possam regressar às aulas sem o medo de voltar a casa, para que se conquiste alguma normalidade.
A Semana Mundial da Amamentação terminou no sábado e, para assinalá-la, a enfermeira Maria João Ilharco Monteiro decidiu desconstruir três mitos sobre o assunto: “A amamentação é como um namoro que dura enquanto ambos [mãe e filho] quiserem e gostarem.”
A jornalista Ana Cristina Pereira entrevistou Bonnie G. Smith, professora de História na Universidade de Rutgers, que escreveu o livro Mulheres na História do mundo – de 1450 ao presente, sobre o que as mulheres andaram a fazer, um pouco por todo o mundo, nos últimos 500 anos. A autora pega na sexualidade, na família, no trabalho, na política e noutros aspectos da vida e vai mostrando como as mulheres experienciaram isso e como isso foi mudando ao longo do tempo.
O médico Gustavo Carona alerta para a fome no mundo e conta uma a história muito particular, a de um menino nigeriano que foi salvo pela dinamarquesa Anja. “O bonito desta história está à vista até dos mais insensíveis, o triste é o que esta história não conta, os números grotescos de gente que morre por ignorância e por fome no continente que nos deu a vida humana.”
Os Jogos Olímpicos continuam a ser notícia. Esta semana, vimos o britânico Tom Daley a tricotar nas bancadas e a campeã chinesa do lançamento de peso a ser questionada sobre a sua feminilidade.
Apesar de fechados em casa, em confinamento, as vendas dos perfumes cresceram nos primeiros seis meses do ano, avança a fabricante de perfumes suíça Firmenich, que produz perfumes como o R.E.M de Ariana Grande, o CK One da Calvin Klein ou o Black Opium da Yves Saint Laurent. No mundo da moda, a Reuters investigou a grande campeã das vendas a retalho online, a chinesa Shein, e questionou-a sobre se recorre a mão-de-obra escrava, ao que esta se escusou a responder directamente. Recorde-se que nos últimos 18 meses, a Shein conquistou o mundo da moda fast fashion e que as suas contas do Instagram e TikTok têm mais de 23 milhões de seguidores.
Esta foi também a semana em que a Mattel anunciou mais uma colecção de Barbies, desta vez dedicada às mulheres cientistas, tendo como inspiração não só uma das investigadoras da vacina contra a covid-19, a britânica Sarah Gilbert, mas também a psiquiatra canadiana Chika Stacy Oriuwa, escolhida pela sua missão na luta contra o racismo no sistema de saúde, entre outras. Nos últimos anos, a empresa tem apostado em bonecas que fogem ao estereótipo da bomba sexual e se concentra na diversidade, numa aposta que se quer inspiradora para as crianças que brincam com bonecas.
As abelhas estão em risco e, com elas, toda a biodiversidade. Os animais são responsáveis pela polinização de 90% das flores selvagens do planeta e as abelhas são centrais neste processo, que permite a produção de frutos e sementes e funciona como garantia da biodiversidade no planeta. A actriz Angelina Jolie chama a atenção para a importância das abelhas para o ambiente e apela a que todos contribuamos. “Pode ter algumas abelhas, ter algumas flores, fazer sensibilização ou participar em projectos. Aprender.” São coisas pequenas, mas que podem fazer a diferença, acredita.
Boa semana!
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