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Surpresa nos 4x100m: EUA falham com estrondo o acesso à final

Norte-americanos, que dominaram o evento durante anos, terminaram a eliminatória na sexta posição.

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USA TODAY USPW

É uma das grandes surpresas destes Jogos Olímpicos. Os EUA falharam de forma flagrante o acesso à final da estafeta de 4x100m, depois de terem terminado num inacreditável sexto lugar na meia-final disputada nesta quinta-feira. Um falhanço que se torna ainda mais escandaloso, por ter acontecido numa prova que os norte-americanos dominaram durante décadas. 

O elenco dos EUA contou com dois finalistas dos 100m, Fred Kerley e Ronnie Baker, o líder mundial Trayvon Bromell (9,77s a 5 de Junho) e Cravon Gillespie, que já fizera parte da equipa que ganhou o título mundial em 2019. Teoricamente, talento (e alguma experiência) não faltavam, mas as transmissões foram pobres e a ponta final de Gillespie (que foi escolhido em detrimento de Kenny Bednarek ou Noah Lyles) não impressionou, com a China a impor-se na eliminatória, com 37,92s.

O Canadá, rebocado pelo campeão dos 200m, Andre de Grasse, foi segundo, e a Itália, impulsionada pelo novo rei da velocidade, Marcell Jacobs, terminou com 37,95s, um recorde nacional que lhe valeu a qualificação. À frente dos EUA, que terminaram com 38,10s, ficaram ainda a Alemanha (38,06s) e o Gana (38,08s).

Depois de terem dominado o evento durante largas décadas, com 15 de 18 títulos olímpicos conquistados entre 1920 e 2000, um conjunto de desqualificações e contratempos contribuíram para os norte-americanos terem falhado o acesso ao ouro por várias vezes no novo século - em 2004, perderam para a Grã-Bretanha, em 2008 deixaram cair o testemunho, em 2012 terminaram em segundo mas foram desqualificados devido ao caso positivo de doping de Tyson Gay e em 2016 voltaram a ser desqualificados por irregularidades numa transmissão, depois de acabarem em terceiro.

Carl Lewis, que ajudou os EUA a conquistarem por duas vezes o ouro olímpico na estafeta (para além de três títulos mundiais) não escondeu a frustração e deixou críticas nas redes sociais: “A equipa dos EUA fez tudo errado na estafeta masculina. O sistema de transmissão está errado e é evidente que falta liderança. Foi um embaraço completo e é totalmente inaceitável que a equipa dos EUA pareça pior que os jovens da AAU [Liga amadora de atletismo] que eu vi”, escreveu no Twitter. 

Na outra meia-final, a Jamaica liderou sem problemas para se impor com 37,82s, à frente da Grã-Bretanha(38,02s) e do Japão (38,16s).