Algas na praia? Fotografa-as e avisa a Universidade do Algarve

Plataforma Algas na Praia quer descobrir quais são as espécies invasoras de algas nas praias do Algarve e, no futuro, tentar mitigá-las. Denúncia de situações anormais é feita através de um inquérito online.

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Adriano Miranda

A Universidade do Algarve (UAlg) lançou uma plataforma digital para recolher dados sobre algas que se encontrem nas praias algarvias. “É pedido que as pessoas assinalem a presença das algas, que as fotografem e que submetam os dados através de um inquérito online”, explica o investigador Rui Santos, do Centro de Ciências do Mar da UAlg, em declarações à Lusa.

Uma vez que grandes quantidades de algas, tanto no mar como na areia, podem ser um sinal de desequilíbrio nos ecossistemas marinhos, a plataforma Algas na Praia possibilita que qualquer pessoa forneça informação e fotografias sobre as algas que encontra nas praias algarvias, na tentativa de reduzir a introdução de novas espécies.

Ainda que este fenómeno não tenha impactos na saúde pública, pode causar desconforto devido às acumulações de algas e ao odor. “A aglomeração de espécies invasoras causa incómodo porque depositam grandes massas (no mar e areal) e provocam mau cheiro. Isto faz com que as pessoas se afastem da zona”, admite Rui Santos.

O objectivo, segundo Rui Santos, é recolher o maior número de dados e perceber quais as espécies invasoras e as respectivas condições que levam a acumulações nos areais. “Pretendemos monitorizar desenvolvimentos anormais de algas que muitas vezes têm impactos no turismo e na utilização das praias”, refere.

De acordo com o investigador, o surgimento de grandes afloramentos de algas na costa algarvia “é um fenómeno anormal e cada vez mais frequente, motivado por espécies que não são da flora portuguesa”. Estas “espécies alienígenas” aparecem através da importação de ostras japonesas e por navios, que as transportam nos cascos.