Aguentar! O colonialismo salazarista no quadro da descolonização do pós-guerra

O despudor salazarista na procura de argumentos para contradizer as críticas internacionais foi ao ponto de ver Franco Nogueira (ministro dos Negócios Estrangeiros, 1961-69) assegurar que “fomos nós, e só nós, que trouxemos à África a noção de direitos humanos e de igualdade racial” (1967).

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Grupo de nacionalistas indianos que participou na revolta de Dadrá, em 1954, acção que resultou na saída das autoridades portuguesas deste enclave, onde estavam desde 1783 Bettmann Archive/Getty Images

Ao contrário do que se possa pensar, em 1945 não era líquido que a descolonização ia começar. As potências coloniais europeias tinham aprendido com as duas guerras mundiais que lhes era necessário intensificar a exploração colonial, sob a forma de apropriação de recursos, do trabalho forçado como forma sistémica de produção e da mobilização de homens para a frente de batalha. Perante os desafios do pós-guerra a sua atitude não mudou. Quatro das cinco principais potências coloniais saíram da guerra do lado dos vencedores: os dois maiores impérios da história (o britânico e o francês), a Holanda e a Bélgica. Só à força sairiam dos territórios que ocuparam desde o séc. XVIII.

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