O magistrado com a cabeça no cepo e o advogado com a espada na mão
O advogado do presidente do Benfica é também membro do Conselho Superior do Ministério Público, órgão que tem o poder de avaliar e sancionar a prestação profissional do procurador Rosário Teixeira e de influenciar decisivamente a sua carreira.
Num julgamento em que participei há muitos anos, um advogado conhecido não se esqueceu de dizer nas alegações, com um sorriso cínico, que era membro do Conselho Superior da Magistratura (CSM) e conhecia bem todos os juízes. O aparte disfarçado de cumprimento simpático não era menos que uma advertência. Quem anda nos tribunais sabe como é frequente advogados membros dos conselhos superiores que gerem as carreiras, classificações e disciplina dos magistrados sinalizarem essa posição de autoridade nos processos em que intervêm. Os motivos são óbvios. Querem-se promover junto dos clientes, dando a entender que têm ascendente sobre quem decide, e procuram obter vantagem pondo o juiz ou o procurador à defesa. Lembrei-me disto ao ver as sucessivas intervenções televisivas do Dr. Magalhães e Silva, advogado do presidente do Benfica, a desancar no Ministério Público e no procurador Rosário Teixeira.
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