Nem a Bélgica parou a Itália

Os “azzurri” seguem para as meias-finais do Euro 2020, após um triunfo por 2-1 sobre a Bélgica em Munique. A Espanha é o adversário que se segue.

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Insigne marcou o segundo golo da Itália LUSA/Andreas Gebert / POOL

Ninguém pára a Itália desde Setembro de 2018. E não foi a Bélgica, n.º 1 do ranking FIFA, que o conseguiu. Os “azzurri” seguiram para as meias-finais do Euro 2020, com um triunfo por 2-1 em Munique, melhores durante mais tempo e com uma vocação ofensiva que abriu muitas brechas na experiente defesa dos “diabos vermelhos”, tão eficaz na contenção da selecção portuguesa nos oitavos-de-final.

Já são 32 jogos consecutivos sem perder (e 13 triunfos consecutivos) para a equipa de Roberto Mancini, que agora terá pela frente um “velho” inimigo nas meias-finais, a Espanha, um confronto que se irá repetir pelo quarto Europeu consecutivo.

A sabedoria popular do futebol identifica a Itália como uma selecção de vocação defensiva e essa valência iria ser necessária nos minutos finais, mas os “azzurri” começaram a ganhar a esta Bélgica graças ao seu virtuosismo atacante, assumindo o controlo do jogo e remetendo os belgas para uma posição de expectativa.

Bonucci deu um primeiro aviso logo aos 13’, metendo a bola na baliza com o baixo ventre após um livre que veio da esquerda, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo de Di Lorenzo, que estava adiantado no momento em que deu o toque para o central italiano.

Depois do golo anulado, foi a Bélgica quem criou as melhores oportunidades em duas jogadas de contra-ataque puro.

Aos 21’, foi Kevin de Bruyne a arrancar pelo campo fora e a chegar com a bola colada ao pé à entrada da área. O homem do Manchester City arrancou um remate que ia direitinho à baliza, mas Donnarumma deteve. O futuro guarda-redes do PSG fez o mesmo a um remate de Lukaku aos 25’.

Foram duas anomalias num jogo que a Itália estava a controlar e em que mereceu a vantagem aos 31’. Verratti recuperou uma bola à entrada da área após uma saída deficiente de Vertonghen e deixou para Barella, que, ganhou espaço entre três adversários, e não deu hipóteses a Courtois com um remate cruzado.

Sempre com uma pressão muito alta, a Itália chegou com naturalidade aos 2-0 aos 44’, num espectacular remate de Lorenzo Insigne de fora da área - foi o segundo golo do capitão do Nápoles no torneio, ele que já tinha marcado à Turquia no jogo de abertura.

A Itália já se preparava para ir para o intervalo a festejar, mas a Bélgica, quase do nada, conseguiu reduzir. Doku teve uma investida pelo flanco esquerdo e Di Lorenzo, num lance que não teria grandes consequências, derrubou o jovem belga. Da marca dos 11 metros, Lukaku fez o 2-1 e relançou os “diabos vermelhos”, que ainda teriam meio jogo para, no mínimo, chegar ao empate.

Só que a Bélgica, sem a sua grande força criativa (Hazard) e com De Bruyne muito limitado, não conseguiu ser consistente na reacção e não ultrapassou o muro italiano, ficando-se, mais uma vez pelos quartos-de-final, tal como tinha acontecido no Euro 2016 – e perdeu-se mais uma oportunidade para esta grande geração de futebolistas belgas. Quanto à Itália, que só por uma vez foi campeão da Europa (1968), quem diria que, das cinzas da sua maior crise futebolística de sempre, iria nascer uma selecção quase imparável. E com estilo.

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