Bill Frisell nas Aldeias de Xisto e Gabriel Ferrandini na planície de Beja
O americano Bill Frisell tocará na aldeia de Janeiro de Cima e Rodrigo Amado na de Martim Branco, no festival XJazz das Beiras, enquanto em Beja, no festival MUPA, haverá Gabriel Ferrandini ou os Pop Dell’ Arte.
A generalidade dos grandes festivais de música de Verão já comunicaram que este ano não se realizarão, mas isso não significa um abrandar de acontecimentos com música pelo país. Esta quarta-feira, por exemplo, ficou a saber-se que o XJazz – Encontros do Jazz nas Aldeias de Xisto, contará no seu cartaz com a guitarra do nova-iorquino Bill Frisell, que tocará na aldeia de Janeiro de Cima, a 17 de Julho — um dia antes, a 16, estará no auditório de Espinho. O músico apresentar-se-á em trio, com Thomas Morgan, contrabaixo, e Rudy Royston, bateria.
A carreira de Bill Frisell, como guitarrista e compositor, tem uma sólida base, patente numa discografia que é das mais ricas do jazz contemporâneo e que se estende ao longo de mais de quatro décadas. No próximo mês, na praia fluvial da aldeia de Janeiro de Cima, dará a conhecer o seu projecto mais recente, Valentine, editado pela histórica editora Blue Note. Com dez anos de vida, o XJazz, tenta cruzar a cultura dos lugares, o contexto social e as artes sonoras. E este ano não será excepção. O evento começa a 3 de Julho, em Martim Branco (Castelo Branco) com Rodrigo Amado Refraction Solo, seguindo-se Bill Frisell, a 17, enquanto Kimi Djabaté estará na aldeia de Cerdeira, na Lousã, a 23 de Julho, para no dia seguinte, a 24, no mesmo local, se apresentar Cristina Branco na companhia de João Paulo Esteves da Silva.
Na Aldeia das Dez (Oliveira do Hospital), a 31 de Julho, será a vez de entrar em acção Joana Guerra, com Maria do Mar e Carlos Godinho, para tudo terminar a 13 de Agosto, em Sobral de São Miguel (Covilhã), com Carmen Souza e Théo Pascal. Ao longo dos dez anos passaram pelo XJazz nomes como Evan Parker, Hamid Drake ou William Parker.
A Sul, mais exactamente em Beja, ficou a saber-se também esta quarta-feira, decorrerá a 2.º edição do MUPA (Música na Planície), cruzando gerações, costumes e géneros musicais, numa aliança entre música ao vivo e a memória colectiva do centro histórico da cidade, com o cine-teatro Pax Júlia e o jardim público a receberem vários nomes a 16 e 17 de Julho. No dia 16, o Pax Júlia abre portas para a música de cariz ambiental de André Gonçalves e para o jazz livre de Gabriel Ferrandini, que acabou de lançar o álbum Hair Of The Dog, entrando nos domínios da composição contemporânea. Ainda nessa sexta-feira, o jardim público servirá de palco para Bleid, (Von) Calhau!, Maria Reis e para os veteranos Pop Dell’Arte, numa jornada onde o experimentalismo e o lado performativo de uns se cruzará com as desconstruções pop de outros.
A 17 de Julho, o Pax Júlia receberá Tó Trips, membro dos Dead Combo, que a solo bebe nos blues, jazz ou na música popular portuguesa. Já no jardim público haverá a presença de Landim, rapper da linha de Sintra que representa as várias realidades da rua e da experiência humana, e os Mazarin, quarteto de jazz originário de Beja, e os Pista, um trio que se especializou em fundir o indie-rock com o afrobeat. Para uma dose conjunta de funaná tradicional e espírito furioso do punk, conta-se com Scúru Fitchádu, e para uma mistura de electrónica com hip-hop, com Xesy. Os concertos iniciais de Gabriel Ferrandini e de André Gonçalves serão gratuitos. Para os restantes haverá um passe para os dois dias de 13 euros e de 7 euros, no caso dos bilhetes diários.