A indústria de vigilância da memória do Estado Novo
Quem vive da memória da Velha Senhora não é só quem vai a Santa Comba deixar flores na tumba – é também quem vampiriza o passado para dominar o presente.
Não sei se já repararam, mas instalou-se em Portugal uma ditadura da memória da ditadura. Qualquer pessoa que ouse introduzir zonas cinzentas, cambiantes, subtilezas ou distinções finas em relação àquilo que foi o Estado Novo e a sua história, é imediatamente alvo de cerrados ataques por parte dos supostos guardiães da democracia portuguesa. Aconteceu há nove anos com a polémica entre Manuel Loff e Rui Ramos a propósito da forma como este retratou o Estado Novo na sua História de Portugal. Volta a acontecer agora com a polémica em torno da intervenção de Nuno Palma no colóquio do MEL.
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