Em 2021 há mais um Passaporte para os actores portugueses viajarem para lá da pandemia
Benedita Pereira, Lourenço Ortigão ou Suzana Borges estão entre os seleccionados para o programa que apresenta intérpretes nacionais a directores de casting de todo o mundo durante cinco dias em Lisboa. Já pôs Albano Jerónimo em Vikings e Nuno Lopes na Netflix.
Este Passaporte não é de vacinas mas tenta pôr os actores portugueses a viajar no mercado cada vez mais internacional do audiovisual. A sexta edição do Passaporte Lisboa vai receber uma vez mais alguns dos directores de casting mais influentes do mundo na capital portuguesa para conhecerem intérpretes portugueses como Benedita Pereira, Lourenço Ortigão ou Suzana Borges e os terem em conta para projectos futuros. Depois do sucesso encontrado em séries e filmes Netflix, Amazon ou History Channel por nomes como Albano Jerónimo, Lídia Franco, Joana Ribeiro ou Nuno Lopes, o próximo Passaporte decorrerá entre 16 e 20 de Junho.
Este ano, e depois da primeira edição em clima de pandemia que decorreu em Setembro de 2020 com alguns dos participantes em Zoom, o Passaporte terá também workshops gratuitos e abertos ao público, cujos temas e agenda serão divulgados em breve.
O Passaporte 2021 seleccionou 11 actores com carreiras e perfis de diferente longevidade e apresenta ainda uma nova secção, o Passaporte Lab, em que três candidatos em início de carreira terão a oportunidade de conhecer os casting directors convidados pela mentora do projecto, a directora de casting portuguesa Patrícia Vasconcelos. Organizado desde 2016 em parceria com a Academia Portuguesa de Cinema, o Passaporte já colocou Albano Jerónimo e Ivo Alexandre na série Vikings, Lídia Franco a filmar com Michael Bay em 6 Underground ou Nuno Lopes em White Lines, bem como Joana Ribeiro e Ana Padrão num episódio-piloto de Stephen King para a Amazon Prime Video. E forneceu grande parte do elenco do filme Fátima, do italiano Marco Pontecorvo, graças aos encontros promovidos no programa.
Este ano, o júri escolheu os actores Ana Vilela da Costa, Benedita Pereira, Bruno Schiappa, Catarina Rebelo, Helena Caldeira, Joana Manuel, Lourenço Ortigão, Rita Revez, Suzana Borges, Tiago Sarmento e Valerie Braddel para conhecerem os 15 directores de casting convidados – muitos dos quais repetentes, como Priscilla John (Mamma Mia!, Um Peixe Chamado Wanda, The Dark Tower), Nathalie Cheron (Nikita – Dura de Matar, Immortality) ou Frank Moiselle (Vikings).
Entre os novos profissionais responsáveis pela escolha dos elencos presentes estarão ainda em Lisboa Constance Demontoy, que escolheu Isabelle Huppert para o filme Elle de Paul Verhoeven, ou Tusse Lande (Skyfall, Spectre ou os filmes suecos da trilogia de Stieg Larsson). Do programa consta também Peter Webber, realizador de A Rapariga com o Brinco de Pérola ou de Hannibal –
A Origem do Mal.
Segundo a organização, candidataram-se centenas de actores portugueses e foram seleccionados os 11 finalistas por um júri composto por Julie Schubert (EUA), Francesco Vedovati (Itália) e Camilla Isola (Espanha), além de Patrícia Vasconcelos e do presidente da Academia de Cinema, Paulo Trancoso.
Directores de casting de nove países vão dar sequência a um trabalho que tem ajudado a impulsionar a circulação internacional de actores portugueses com ou sem experiência no estrangeiro – Benedita Pereira, por exemplo, fez formação nos EUA e já participou na série Versailles, e Daniela Ruah, participante do Passaporte em 2020, é residente nos EUA e na série Investigação Criminal: Los Angeles. Actores como Gonçalo Waddington, Beatriz Batarda ou Diogo Morgado têm participado nos últimos anos no Passaporte em pleno momento de porosidade das fronteiras do casting devido à proliferação de plataformas e correspondente produção mais intensa de séries e filmes em todo o mundo, cruzando-se esse fenómeno com a aposta dos serviços de streaming, por exemplo, nos mercados nacionais onde estão presentes para aumentar o seu número de subscritores com talentos locais.