Lisboa tem 153 casos de covid-19 por 100 mil habitantes e há outros 17 concelhos em risco
Norte e Algarve com R(t) abaixo de 1, Alentejo com subida para os 1,16
Portugal tem esta sexta-feira 18 concelhos com incidência do novo coronavírus superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, menos três que os registados há uma semana.
Segundo dados divulgados esta sexta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde, tal como no boletim anterior não existem concelhos em risco muito elevado, ou seja, com incidência a 14 dias superior a 960 casos por 100 mil habitantes.
Em risco elevado de contágio mantém-se o município da Ribeira Grande (619) que regista incidência acumulada superior a 480 casos por 100 mil habitantes e o único neste grupo.
Dos 18 concelhos, seis registam um acumulado, nos últimos 14 dias, de mais de 240 casos por cada 100 mil habitantes, mais dois em relação ao boletim anterior: Arganil (272), Golegã (262), Nordeste (329), Odemira (364), Vila do Bispo (272) e Vila Franca do Campo (326).
Os restantes 11 concelhos têm valores entre os 120 e os 239,9 casos por 100 mil habitantes.
Lisboa, colocada na quinta-feira pelo Governo sob alerta, tem 153 infecções por 100 mil habitantes. Na lista dos concelhos sob alerta por ultrapassarem os 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes estão também Vila do Bispo, Tavira (139 casos por 100 mil habitantes), Vila Nova de Paiva (171), Chamusca (163), Salvaterra de Magos (131) e Vale de Cambra (141).
Com zero casos nos últimos 14 dias são referidos 61 concelhos, menos 20 em relação ao boletim anterior.
A incidência cumulativa a 14 dias do boletim epidemiológico desta sexta-feira refere-se aos dias entre 16 e 26 de Maio.
Na nota explicativa dos dados por concelhos é referido que a incidência cumulativa “corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada”.
Norte e Algarve com R(t) abaixo de 1, Alentejo com subida para os 1,16
O Norte e o Algarve são as únicas regiões do país com um índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV2 inferior a 1, com o Alentejo apresentar o maior crescimento, passando dos 0,92 para os 1,16.
Os dados constam do relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução da curva da epidemia divulgado esta sexta-feira e que indica que o valor médio do R(t) - que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infectada – é de 1,07 no país.
Por regiões, apenas o Norte (0,99) e o Algarve (0,92) registam um R(t) abaixo do limite estabelecido de 1, enquanto as restantes apresentam um índice de transmissibilidade do vírus que varia entre os 1,05 na Madeira e no Centro e o máximo de 1,16 no Alentejo.
Lisboa e Vale do Tejo é a segunda região do país com um R(t) mais elevado, tendo passado de 1,11 para os 1,14, de acordo com os dados desta sexta-feira do INSA, que refere ainda que este indicador está estimado nos 1,07 para a região autónoma dos Açores.
“Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias [de novos casos de infecção] entre 20 e 59,9 por cem mil habitantes e um R(t) superior 1, ou seja, uma taxa de notificação baixa/moderada e com tendência crescente”, refere o instituto.
No que se refere à taxa de incidência de novos casos por regiões, apenas os Açores ultrapassam a barreira dos 120, estando actualmente nos 133,9, enquanto o Norte, o Centro e o Alentejo estão mesmo abaixo dos 60 casos por cem mil habitantes.
A região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta uma incidência que aumentou dos 50,6 para os 68,1 casos e, em tendência contrária, o Algarve reduziu dos 72,8 para os 63,2.
Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que do processo de desconfinamento que se iniciou a 15 de Março e que está na quarta fase de alívio das restrições.
O grupo de peritos que aconselha o Governo sobre a epidemia da covid-19 defendeu esta sexta-feira que deve manter-se esta matriz de risco das “linhas vermelhas” de avaliação da incidência acumulada de casos e do R(t).
“O grupo de peritos propõe manter a actual matriz de risco”, afirmou a especialista Andreia Leite, da Escola de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, na reunião de análise da situação epidemiológica do país, que juntou no Infarmed, em Lisboa, especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, sustentando que a incidência de casos de contágio é o indicador mais sensível para a progressão da pandemia.