Lisboa e mais seis concelhos sob alerta. Arganil e Golegã recuam no desconfinamento
A situação de calamidade foi prolongada até às 23h59 de 13 de Junho, anunciou a ministra Mariana Vieira da Silva após reunião do Conselho de Ministros.
Enquanto o país se aproxima da “zona amarela” no mapa de risco da covid-19 e Lisboa entra na lista de concelhos em alerta, o território continental vê prolongada a sua situação de calamidade até – pelo menos – às 23h59 de 13 de Junho. A decisão foi anunciada esta quinta-feira, após a habitual reunião do Conselho de Ministros, pela ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva que além de apelar (uma vez mais) à responsabilidade individual dos portugueses, incentivou os lisboetas a aproveitaram os testes de rastreio gratuitos disponibilizados. As novidades em relação ao teletrabalho e às novas regras para o Verão deverão chegar depois da reunião com especialistas agendada para esta sexta-feira.
O regresso dos encontros entre políticos e especialistas acontece quase um mês depois da última reunião, a 30 de Abril (data em que terminou o último estado de emergência) e quando o nível de incidência no continente está nos 54,4 casos por 100 mil habitantes e a velocidade de transmissão, o R(t), está em 1,07. Por comparação, recorde-se que a 9 de Março, na véspera do desconfinamento, a incidência da covid-19 no continente era de 118,5 casos por 100 mil habitantes e o R(t) de 0,78.
De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO no início desta semana, é no centro histórico de Lisboa que o número de casos mais aumentou: Santa Maria Maior e Misericórdia, onde se situam os bairros de Alfama, Castelo, Mouraria, Bica e Bairro Alto, são as freguesias mais afectadas, mas a incidência também era alta em Arroios, em São Vicente (Graça), em Santo António (Avenida da Liberdade e redondezas) e na Penha de França. Face à semana passada a intensidade de crescimento da covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo sofreu uma queda. Mas a situação na região é um “motivo de preocupação”, admitiu a ministra.
Por isso, o executivo aprovou um conjunto de medidas para combater este crescimento, com o reforço da testagem a alunos, docentes e não docentes do ensino secundário, universidades e politécnicos do concelho de Lisboa, assim como aos migrantes, requerentes de asilo, estafetas, taxistas e motoristas de TVDE e a “aceleração” da vacinação na região.
Lisboa preocupa
Apesar de Lisboa se distinguir como uma das regiões que mais preocupações levantam, os avisos foram estendidos a todo o país. “Não podemos achar que só nos sítios onde a situação já é mais complicada é que temos de ter medidas de cautela”, argumentou Mariana Vieira da Silva.
Além da capital, ficam em alerta mais seis concelhos durante a próxima semana: Tavira, Vila do Bispo, Vila Nova de Paiva, Chamusca, Salvaterra de Magos e Vale de Cambra. Quanto aos concelhos que avançam e recuam no desconfinamento, as mudanças acontecem em Arganil (que recua para as medidas de 5 de Abril) e a Golegã (que recua para as restrições em vigor a 19 de Abril). Há ainda dois concelhos que não conseguem melhorar e ficam com as medidas correspondentes à fase iniciada a 19 de Abril: Montalegre e Odemira. Já Lamego tem luz verde para avançar para o ritmo do resto do país.
Apesar da proximidade à zona amarela, Mariana Vieira da Silva destacou que há mais concelhos (seis) a sair da lista de alerta do que concelhos a entrar (quatro), o que significa que o território continental está, de uma forma geral, com baixa incidência. Albufeira, Castelo de Paiva, Fafe, Oliveira do Hospital, Lagoa e Santa Comba Dão deixam de estar sob alerta.
As novidades em relação às regras que podem entrar em vigor no Verão (e depois de vacinadas todas as pessoas com mais de 60 anos estimada até ao final deste mês) foram empurradas para esta sexta-feira, depois de conhecido o estudo solicitado pelo Governo aos professores Raquel Duarte e Óscar Felgueiras. Será também no encontro de peritos que o Governo discutirá uma eventual alteração da matriz de risco. Independentemente das mudanças, o compromisso reiterado pela ministra é de que o executivo continuará a implementar as alterações “adequadas ao momento”.