Mais de 2600 acidentes rodoviários e 34 mortos nos dois primeiros meses do ano
Apesar da redução do número de desastres, o índice de gravidade dos acidentes foi superior ao apurado nos mesmos meses de 2020.
Os 2674 acidentes rodoviários ocorridos nos dois primeiros meses do ano provocaram 34 mortos e 163 feridos graves, registando-se uma acentuada descida em todos os indicadores da sinistralidade face ao mesmo período de 2020, indicou esta terça-feira a Segurança Rodoviária.
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgou o relatório de sinistralidade a 24 horas e de fiscalização rodoviária de Fevereiro, que coincide com o segundo mês do confinamento geral devido à pandemia de covid-19 e com as restrições na circulação por causa do estado de emergência.
Nos dois primeiros meses do ano registaram-se 2674 acidentes com vítimas no continente, de que resultaram 34 mortos, 163 feridos graves e 2981 feridos ligeiros, segundo a ANSR.
“Os valores apurados revelam uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade, comparativamente com o período homólogo de 2020: verificaram-se menos 2417 acidentes com vítimas (-47,5%), menos 19 vítimas mortais (-35,8%), menos 143 feridos graves (-46,7%) e menos 3.141 feridos ligeiros (-51,3%)”, refere o documento.
A ANSR dá conta que, apesar da redução do número de desastres, o índice de gravidade dos acidentes foi superior ao apurado nos mesmos meses de 2020.
Segundo o relatório de Fevereiro, a colisão foi o tipo de acidente mais frequente, apesar de o maior número de vítimas mortais e de feridos graves ter resultado de despistes.
A maioria dos acidentes ocorreu em arruamentos (66,8% do total) nos dois primeiros meses do ano, enquanto nas estradas nacionais verificaram-se 16,5% dos desastres.
No que respeita à entidade gestora de via, 44,1% do número de vítimas mortais registaram-se na rede rodoviária sob responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (peso de 29,4% no total), Brisa (8,8%) e município de Vila Franca de Xira (5,9%).
A ANSR indica igualmente que 64,7% das vítimas mortais eram condutores, 11,8% eram passageiros e 23,5% peões, sendo os automóveis ligeiros a maioria dos veículos intervenientes em acidentes.
Em relação à fiscalização, a ANSR indica que foram fiscalizados, em Janeiro e Fevereiro, 16,3 milhões de veículo, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado uma diminuição de 29,6% em relação ao mesmo período de 2020.
O relatório justifica esta diminuição com a redução da circulação devido ao confinamento obrigatório.
Segundo o mesmo documento, no âmbito destas acções foram detectadas 154,5 mil infracções, o que representa uma diminuição de 41,2% face a 2020, sendo a maioria por excesso de velocidade (56%), embora tenha sofrido uma redução de 42%.
Em Janeiro e Fevereiro registou-se também uma redução de 76,1% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal e 29,4% nas infracções por uso do telemóvel.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, diminuiu 26,1% nos dois primeiros meses de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, atingindo 3,3 mil condutores e mais de metade das detenções deveu-se à falta de habilitação legal para conduzir (56,3%), com um aumento de 31,9% destes casos, comparativamente a Janeiro e Fevereiro de 2020.
O relatório indica ainda que 251,5 mil condutores perderam pontos na carta de condução desde a entrada em vigor do sistema de “carta por pontos”, em Junho de 2016.
Até final de Fevereiro 2021, 1385 condutores ficaram sem carta de condução.