PS reage às críticas do BE com elogios ao PCP, mas não fecha a porta

Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, não gostou das críticas feitas ao Governo na XII Convenção Nacional do BE e espera que depois de passada a “espuma dos dias” o BE se saiba posicionar nas negociações como fez o PCP no último orçamento.

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Ana Catarina Mendes fez saber a posição do PS em relação às críticas do anterior parceiro Rui Gaudencio

No final do encontro do Bloco de Esquerda em que a direcção do partido aproveitou para responder aos críticos internos e responsabilizar o Governo pelo que ficou por fazer, a reacção do PS chegou depressa. Nas redes sociais, a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, acusou o BE de não conseguir sair “de um partido de protesto" para “um partido construtor de soluções nas dificuldades”. E ainda que a direcção de Catarina Martins tenha repetido que o BE quer recuperar as negociações com o Governo no próximo orçamento, do lado do PS a imagem de resistência é maior.

A líder da bancada do PS não gostou de ouvir as críticas dos dirigentes bloquistas e acusa o antigo parceiro de negociações de ter tentado “expiar o peso do voto contra, ao lado da direita” num orçamento “que reforçou o SNS, aumentou a protecção social, criou uma nova prestação para quem nunca descontou para a segurança social, aumentou a protecção no desemprego, garantiu o layoff a 100% aos trabalhadores para que não perdessem o seu emprego e o seu rendimento”, argumentou. Cinco meses depois da votação do Orçamento do Estado de 2021, para o PS, o voto contra do BE continua a ser “difícil de entender”.

Depois do distanciamento entre os dois partidos durante a discussão do anterior orçamento ter esfriado as relações entre António Costa e Catarina Martins, Ana Catarina Mendes avisa que o PS espera um Bloco “capaz de entender que nas divergências de cada partido é possível construir as pontes e respostas que o país precisa”, notando que “foi assim entre 2015 e 2019”, durante o período da “geringonça”. E elogia os parceiros comunistas. “O PCP percebeu isto e lutou no último orçamento com propostas próprias que estão a ser executadas.” Recorde-se que o BE viu todas as suas propostas de alteração ao OE 2021 serem rejeitadas pelo PS.

“Saibamos, pois, passada a espuma dos dias, encontrar as soluções para recuperar o país e continuar a dar uma vida melhor aos portugueses”, escreveu. Recados feitos, nenhum dos lados fecha a porta a uma reaproximação e entendimento. “Aqui estaremos para continuar o trabalho iniciado em 2015”, concluiu a socialista.

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