Ministra da Coesão Territorial diz que “faz sentido” curso de Medicina na UTAD
Ana Abrunhosa lembrou que o país precisa de continuar a ter um “sistema nacional de saúde com qualidade” e considerou que se sente falta de médicos no país.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou esta sexta-feira que “faz todo o sentido” um curso de medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), localizada em Vila Real. A responsável participou na cerimónia de tomada de posse do novo reitor, Emídio Gomes, e, no final, comentou a reclamação que é feita na região com vista à criação de um curso de medicina na academia transmontana.
“Faz todo o sentido, quando sentimos bem recentemente que faltam médicos no país, quando sentimos recentemente que faltam profissionais de saúde no nosso país, quando sentimos recentemente que, para termos um país desenvolvido, temos que continuar a ter um sistema nacional de saúde com qualidade e a qualidade desse sistema reside nos excelentes profissionais que as nossas escolas formam”, afirmou a ministra Ana Abrunhosa.
Por sua vez, no seu discurso, Emídio Gomes afirmou que a UTAD vai “participar activamente na reorganização da formação superior pública no domínio da saúde”. “A criação de um Centro Académico Clínico, em parceria com o Centro hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) é o primeiro passo desse desígnio”, frisou Emídio Gomes, que foi eleito pelo Conselho Geral da UTAD para um mandato de quatro anos.
Em Março foi assinado um protocolo entre a UTAD e o CHTMAD, que tem sede social em Vila Real, com vista à preparação do grupo de trabalho que vai avançar com a criação do centro académico clínico, o qual poderá vir a ser a base para um futuro curso de medicina.
Ana Abrunhosa salientou o papel das universidades como “motores de desenvolvimento, motores de coesão”, considerando que “só o serão se trabalharem em conjunto com todas as entidades da região”. “Isto não significa que a inovação que faça seja apenas com o fim de ter utilidade imediata, não, também é importante que haja liberdade na investigação que as universidades fazem, não podem é viver fechadas para a comunidade. Têm que estar totalmente abertas para a comunidade”, afirmou.
A universidade, acrescentou, “tem um papel de formação de pessoas”, de “ajudar as empresas, as autarquias, as entidades da área social e cultural a resolver de forma mais inovadora, mais criativa os problemas”.
“E a pandemia veio-nos mostrar que nunca somos demasiado criativos e inovadores e que, de um dia para o outro, o mundo muda e precisamos, de facto, desse conhecimento e dessa inovação dos politécnicos e das universidades para resolver os nossos problemas e termos qualidade de vida”, sublinhou.
E continuou: “Não imaginávamos há dois ou três anos que era possível desenvolver uma vacina em seis meses, não imaginávamos há um ano ou dois anos que os países se fechavam num dia e, portanto, o conhecimento tem essa capacidade, permite-nos reagir de forma inovadora e conseguir enfrentar os problemas que muitas das vezes não sabemos que vão aparecer, mas que aparecem de um dia para o outro”.