Rio diz que Vladimiro “nunca fez negócios a seu favor nem da sua família” quando esteve na Câmara do Porto

Candidato do PSD à Câmara do Porto apresentou esta sexta-feira a sua candidatura. Paulo Rangel e Rui Rio não pouparam nos elogios a Vladimiro Feliz.

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Rui Rio esteve presdente na sessão de apresentação da candidatura de Vladimiro Feliz ao Porto LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Vladimiro Feliz era a estrela da sessão que juntou esta tarde uma centena de pessoas na Alfândega do Porto, para o ouvir como candidato do PSD à Câmara do Porto. Mas os holofotes detiveram-se foi em Rui Rio, que aproveitou o momento para apontar baterias ao actual presidente da câmara, Rui Moreira, e ao primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, que acusou de ter desistido de ganhar o Porto.

Numa sala com muitas figuras conhecidas do partido, o presidente do PSD foi generoso nos elogios ao seu antigo vice-presidente na autarquia e disse, por diversas vezes, que “Vladimiro Feliz é um candidato que tem uma visão de futuro para a cidade do Porto, é competente e tem capacidade de execução”. “Vladimiro não quer ser presidente da câmara por vaidade, quer trabalhar para o Porto, vai-se preocupar mais em trabalhar do que apostar na televisão”, disse Rui Rio, puxando pela plateia. Estava dada a primeira alfinetada a Rui Moreira. “Vladimiro Feliz é um homem sério e nunca se aproveitou do cargo de vice-presidente ou de vereador para fazer negócios benefício pessoal, ou da sua família”. A sala percebeu a mensagem de Rui Rio e respondeu com uma grande salva de palmas.

Antes de se focar expressamente nas qualidades do candidato, Rio acusou o actual presidente da Câmara do Porto de falta de ética, por se manter como comentador televisivo. Quanto a António Costa, acusou-o de não ser sério na escolha do candidato do partido ao município que Rui Rio governou durante 12 anos.

O presidente do PSD nunca pronunciou o nome de Rui Moreira, mas foram para ele muitas das farpas que cravou na apresentação da candidatura de Vladimiro Feliz. Também nunca se referiu ao caso da Selminho, a imobiliária da família do autarca, mas era a ele que se referia quando aludiu a negócios. 

O eurodeputado Paulo Rangel, que falou antes do líder social-democrata, foi mais directo: “Vladimiro Feliz não é um homem de salões, nem de bailes ou de promoções, de espelhos, nem de câmaras ou televisões. Vladimiro Feliz não viverá de sermões nem de televisões”. Paulo Rangel garantiu que “Vladimiro Feliz é leal, não atropela os outros para chegar onde quer. Não esquece os outros quando lhe dá jeito. Ele tem princípios, tal como a cidade a que concorre, que preza os princípios da lealdade”. E repetiu que Vladimiro Feliz é confiável e competente e os portuenses podem votar nele porque é trabalhador sério.

“No Porto, o PSD tem uma responsabilidade acrescida, porque o PS desistiu de ganhar e, na prática, António Costa apoia Rui Moreira”, afirmou também Rui Rio, para quem os socialistas vão apenas fazer “figura de corpo presente” nas eleições autárquicas de Outono.

Contra a “Câmara lenta"

Já o candidato do PSD começou por falar do legado e da “pegada sólida” que os autarcas do PSD, como Rui Rio, deixaram na cidade e criticou a “falta de ambição” da actual governação independente.

O engenheiro mecânico que Rio escolheu para liderar o projecto social-democrata ao Porto destacou a “urgência de se encontrar novas respostas para o presente e uma visão de futuro para o Porto” e puxou pelo “DNA reformador, transformador e empreendedor do Porto e das suas gentes”. Aproveitou para criticar “egocentrismos” e disse que o PSD quer “um Porto ao seu ritmo, com garra e com carácter”. “Não queremos um Porto de percepções, que entra em modo de ‘Câmara lenta’ após as eleições e acelera perto do período eleitoral”.

Na sua perspectiva, “as cidades têm de ser pensadas de forma diferente, com base em modelos de dados históricos, em tempo real, e predictivos que permitam analisar, acompanhar, gerir e prever cenários relacionados com a vida da cidade”. Salientou ainda que as cidades “exigem novas abordagens e novas disciplinas para pensar o desenvolvimento urbano de uma forma integrada, ecológica, inteligente e sustentável”.

Pedindo mudança, Vladimiro Feliz proclamou que “0 paradigma mudou e que o Porto tem, por isso, de saber responder ao presente e preparar o futuro, potenciando o que existe, desenhando a cidade a partir das pessoas e para as pessoas”.

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