Ainda a língua: uma dimensão universal ou paroquial?

Para sair disto e rumar ao futuro (à consagração das variantes do português) é preciso livrarmo-nos do “elefante”.

Podem respirar de alívio: o Dia Mundial da Língua cumpriu-se e os senhores e senhoras que tiveram a amabilidade de o celebrar voltaram aos seus normais afazeres. Na sala, sozinho, ficou o “elefante” do costume. Há quem lhe chame acordo, mas na verdade é um estorvo ortográfico. O mais estranho é que, passadas três décadas da sua funesta aprovação em 1991 e cerca de dez anos da sua imposição com recurso a uma “pistola” política (se não assinam todos, assinam só três e vamos lá para a frente), parece que não saímos do grau zero da discussão. O ministro Santos Silva, sibilino, repetiu na televisão o que já dissera, dias antes, numa entrevista à Multinews: não tem “nenhuma competência técnica nesse assunto” (o que deve corresponder em absoluto à verdade), mas como Portugal cumpre o que assina, cabe-lhe zelar por tal cumprimento. Ou seja, “verificar que o país respeita esse acordo”. Drummond perguntaria: “Trouxeste a chave?” Neste caso, não é necessário: ele tem-na bem guardada.

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