A música ao vivo voltou ao local de origem dos Beatles, após um longo silêncio forçado pelo coronavírus. Este domingo, 2 de Maio, a cidade inglesa de Liverpool organizou um festival de música único para testar se tais eventos contribuíam para a propagação do vírus.
Cerca de cinco mil pessoas abandonaram as máscaras e as regras de distanciamento físico em nome da ciência e da música. Assistiram ao evento ao ar livre depois de terem testes com resultados negativos para o novo coronavírus, e prometeram fazer o teste novamente cinco dias após o festival. Os dados recolhidos serão utilizados pelo Programa de Investigação de Eventos do governo, para ajudar a compreender o efeito das multidões na propagação do vírus.
Mas o lado científico do evento estava longe das mentes de quem já entrava no Sefton Park a dançar. “Sabe tão bem, é tão espantoso. Já passou demasiado tempo”, comentou a estudante Meghan Butler, de 19 anos.
Melvin Benn, director executivo do Festival Republic, disse esperar que o seu projecto-piloto desempenhasse um papel fundamental no regresso dos eventos ao ar livre no calendário deste ano. “Assim que entrarem no recinto, podem festejar como se fosse 2019”, garante. “Pode-se sentir que o fardo dos últimos 12 meses, dos últimos 15 meses, acabou de ser levantado um pouco.”
O alinhamento de domingo, 2 de Maio, na tenda construída de propósito para o evento, consistia em três actos: a cantora-compositora local Zuzu, o grupo indie The Lathums e os Blossoms.
Chegar a cabeça de cartaz do evento foi uma honra, disse Tom Ogden, vocalistas dos Blossoms: “Passaram 413 dias desde a última vez que estivemos no palco... Passou muito tempo e estamos muito felizes por estar aqui.”
O festival durou menos de seis horas e cumpriu o recolher obrigatório da 22h. Ficou longe do hedonismo de vários dias de eventos maiores como o Glastonbury, mas os participantes disseram que não havia outro sítio onde preferissem estar.
“Vamos aproveitar a vida, vamos voltar ao normal”, resumiu o operário Harry Smith, de 25 anos.