Diminuem os concelhos que ultrapassam linha vermelha que trava desconfinamento
São agora 41. O concelho com maior incidência da covid-19 é Odemira, mas não há nenhum concelho com uma incidência cumulativa de nível máximo (acima dos 960 novos casos por cem mil habitantes).
Há menos dois concelhos portugueses com mais de 120 novos casos de infecção pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes a 14 dias — o limite de incidência cumulativa definido pelo Governo para o desconfinamento. No total, são agora 41 os municípios acima deste limite, de acordo com o boletim desta sexta-feira da Direcção-Geral da Saúde. Na actualização anterior, de 23 de Abril, havia 43 nesta situação.
Dos 41 concelhos que ultrapassam a linha estabelecida, 28 já se encontravam no mesmo patamar na passada sexta-feira. Todos os concelhos que não avançam para a quarta e última fase do actual plano de desconfinamento a partir de sábado — Miranda do Douro, Paredes, Valongo, Aljezur, Resende, Carregal do Sal, Portimão e Odemira — apresentam uma incidência superior a 120 novos casos por 100 mil habitantes, assim como os 27 concelhos que, segundo anunciou o primeiro-ministro, na quinta-feira, devem estar alerta.
Comparativamente com a semana passada, há 13 novos concelhos que entram para a lista: Tábua (281), Figueiró dos Vinhos (233), Beja (226), Oliveira do Hospital (223), Peniche (223), Vidigueira (218), Lagos (171), Lamego (157), Batalha (144), Póvoa de Lanhoso (144), Celorico de Basto (126), Ponte da Barca (125) e Boticas (120).
Por outro lado, 15 municípios deixaram de registar uma incidência superior ao tecto definido pelo Governo: Nordeste (103), Penela (19), Almeirim (93), Albufeira (82), Figueira da Foz (106), Mêda (109), Moura (51), Sever do Vouga (62), Vila Nova de Famalicão (110), Marinha Grande (83), Rio Maior (54), Vila Pouca de Aguiar (84), Baião (96), Barrancos (0) e Marco de Canaveses (113).
Concelhos sem novos casos também diminuem
Além da diminuição no número de concelhos acima do limite estabelecido, há também menos municípios sem novos casos identificados há pelo menos 14 dias. São agora menos quatro do que na semana anterior, para um total de 61 (20% dos concelhos do país).
O número de infecções continua a diminuir ou mantém-se inalterado na maioria dos concelhos: em 204 de um total de 308, o que corresponde a cerca de três em cada cinco (66%). Destes 204, 118 registaram uma redução da incidência cumulativa e 86 mantiveram o mesmo valor. Por outro lado, 104 concelhos reportaram um aumento dos novos casos.
O país não tem actualmente nenhum concelho com uma incidência cumulativa de nível máximo (acima dos 960 casos), depois de Vila Franca do Campo (São Miguel, nos Açores) e Odemira (Beja), os únicos dois concelhos que na semana passada estavam acima dos 960, terem reportado uma diminuição significativa da incidência — estes municípios contabilizam agora 380 e 562 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias, respectivamente. Vila Franca do Campo registou, aliás, a maior descida, tendo passado de 1357 casos para 380 (menos 977).
Neste momento, o concelho com maior incidência da covid-19 é Odemira, seguindo-se Cabeceiras de Basto (531) — os únicos dois municípios com uma incidência superior a 480. Seguem-se ainda Aljezur (465), Resende (404) e Vila Franca do Campo (380).
Os dados agora apresentados correspondem ao período entre 14 e 27 de Abril. Segundo explica a DGS, a incidência cumulativa corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e população residente estimada, por concelho, a 31 de Dezembro de 2019, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Avaliação passa a semanal
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou que a avaliação da incidência dos concelhos por parte do Governo (e a respectiva adopção de medidas) vai deixar de ser quinzenal e passará a semanal, uma decisão motivada pelo levantamento das restrições e pelo facto de o estado de emergência já não estar em vigor.
“Passámos a uma avaliação semanal. Estamos agora num quadro onde, não havendo estado de emergência, há menos medidas restritivas. É preciso agir o mais rapidamente possível quando estamos em situações de rápido crescimento (de forma a evitar que o crescimento seja excessivo) e, por outro lado, permitir uma maior libertação das actividades e pessoas logo que possível”, detalhou, acrescentando que os 27 concelhos que devem estar alerta voltam a ser avaliados daqui a uma semana, no âmbito da transição para a situação de calamidade.