Hackers obtêm detalhes sobre novos produtos Apple
Informação sobre novos produtos Apple circula na dark web, depois do roubo de documentos num ciberataque a um fornecedor da empresa.
Há um grupo de cibercriminosos a partilhar planos de novos produtos e documentos confidenciais da Apple depois de um ataque à Quanta, uma empresa do Taiwan que monta vários portáteis da Apple. A informação começou a circular esta terça-feira na dark web (um conjunto de redes encriptadas utilizadas por visitantes do mercado negro online), depois da fornecedora taiwanesa da tecnológica se recusar a pagar um resgate de 50 milhões de dólares (mais de 41 milhões de euros).
Agora, os atacantes estão a tentar obter o dinheiro da Apple: se a empresa pagar, dizem, deixarão de partilhar os ficheiros que incluem informação sobre os novos portáteis e relógios da empresa.
O caso foi primeiro noticiado pela Bloomberg, na quarta-feira. A Quanta confirma a ocorrência de um ciberataque, mas não revela que tipo de dados foram roubados, nem se tenciona pagar aos criminosos. As autoridades do Taiwan já estão a investigar o caso.
O PÚBLICO tentou contactar a Apple para mais informações, mas não obteve resposta da empresa que tem optado por manter o silêncio sobre a situação.
O ataque foi reivindicado pela REvil, uma organização que orquestra ataques de ransomware. Neste tipo de crime é exigido um resgate (ransom, em inglês) para repor o acesso à informação ou sistemas. Só que no caso da Quanta, a REvil está a tentar usar os ficheiros roubados para ameaçar empresas afectadas pelo ataque da fornecedora.
“Recomendamos que a Apple compre de volta os dados até ao dia 1 de Maio”, lê-se numa publicação do grupo a circular na dark web. “O Tim Cook pode agradecer à Quanta. Do nosso lado, muito tempo tem sido dedicado a resolver este problema.”
Para dar força às alegações, o grupo partilhou detalhes sobre os novos computadores iMac que a Apple anunciou esta semana. A fabricante Acer foi alvo de um ataque semelhante em Março, embora a empresa se tenha recusado a comentar publicamente o caso devido a uma investigação em curso.