Quem se encontrar com vacinados já pode “relaxar” no uso de máscara e distanciamento

Com o número de vacinados a subir, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças actualizou linhas orientadoras para o controlo da pandemia.

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Ritmo de vacinação da Europa tem aumentado Público

O ritmo de vacinação contra a covid-19 continua a aumentar na Europa e a eficácia das vacinas aplicadas dão sinais de esperança para os próximos meses. Nesse sentido, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (​ECDC) actualizou esta quarta-feira as linhas orientadores para o controlo da pandemia e em alguns casos admite já o relaxamento nas medidas de distanciamento e no uso de máscara entre pessoas que já foram vacinadas.

De acordo com os últimos dados disponibilizados pela iniciativa “Our World in Data”, até ao dia 20 de Abril já tinham sido administradas 117.870.536 doses de vacinas contra a covid-19 na União Europeia (UE). Destas, 86.283.794 receberam pelo menos a primeira dose (19.39% da população) e 31.586.720 (7.10%) já está completamente vacinada contra a covid-19. Mesmo que no panorama mundial, a UE continue a vacinar a um ritmo mais lento que os Estados Unidos ou o Reino Unido, por exemplo, as autoridades europeias admitem já novos cenários no que diz respeito à protecção contra a covid-19 como resposta ao aumento de pessoas vacinadas.

Na nota divulgada esta quarta-feira, o ECDC traça vários cenários e inclui o relaxamento do uso de máscara e até do distanciamento físico entre pessoas já vacinadas. No primeiro exemplo, entre duas pessoas que tenham recebido as duas doses de uma das vacinas contra a covid-19, o “distanciamento e o uso de máscara” podem ser relaxados.

Num outro cenário, quando alguém que ainda não tenha sido vacinado se encontra com outra pessoa completamente vacinada, o uso de máscara ou o distanciamento físico também podem ser relaxados desde que nenhum dos indivíduos tenha um factor de saúde de risco ou seja de maior idade. 

A agência europeia considera, também, que os requisitos para testes e quarentena de viajantes e a testagem regular nos locais de trabalho “podem ser dispensados ou modificados para indivíduos totalmente vacinados, desde que não haja circulação ou [perante] um nível muito baixo de variantes”.

Segundo o documento do ECDC publicado esta quarta-feira, o risco de desenvolver um problema de saúde grave na sequência de infecção, em jovens adultos e pessoas de meia-idade com as duas doses da vacina e sem riscos de saúde associados, é baixo. Por outro lado, o risco de doença para uma pessoa não vacinada que tenha estado em contacto com uma pessoa totalmente vacinada e exposta à infecção por SARS-CoV-2 é muito baixa em jovens adultos e em adultos de meia-idade e moderado em idosos e pessoas com co-morbidades​.

Na mesma nota, o ECDC explica que “exemplos de outros países onde a cobertura da vacina é maior e o número de casos graves de doença têm diminuído, como no Reino Unido ou Israel”, são um indicativo da forma como a transmissão do vírus pode ser reduzida ao mesmo tempo que se diminuem as medidas preventivas de saúde pública.

“À medida que a administração da vacinação avança, é encorajador ter recomendações baseadas em provas de que a imunização pode lentamente permitir o relaxamento de intervenções não-farmacêuticas como o uso de máscaras e o distanciamento físico”, disse Andrea Ammon, directora do ECDC, esta quarta-feira.

Ainda de acordo com a responsável, o relaxamento das medidas de protecção “deverá ser feito gradualmente e com base em avaliações cuidadosas dos riscos envolvidos. “Estamos confiantes de que uma maior cobertura vacinal terá um impacto positivo e directo no regresso à vida normal”, sublinhou.

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