Projecto europeu quer desenvolver estratégia de mitigação de captura acidental de cetáceos
Entre as espécies prioritárias do projecto destacam-se o golfinho-comum, o boto, o roaz, a orca, a baleia-comum, a baleia-anã e o zífio.
Investigadores portugueses integram um projecto que visa desenvolver, juntamente com Espanha e França, uma estratégia de avaliação, monitorização e mitigação da captura acidental de cetáceos na região do golfo da Biscaia e costa Ibérica, foi anunciado esta quarta-feira.
Em comunicado, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar) da Universidade do Porto, uma das entidades portuguesas que integram o projecto, explica que o mesmo tem como principal objectivo “reduzir a captura acidental de cetáceos em actividades de pesca na União Europeia”.
Nesse sentido, o projecto, intitulado CetAMBICion e coordenado pelo Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC) de Espanha, vai reforçar a colaboração e investigação científica entre os três países para avaliar o estado das populações de cetáceos. Entre as espécies prioritárias do projecto destacam-se o golfinho-comum, o boto, o roaz, a orca, a baleia-comum, a baleia-anã e o zífio.
Ao longo dos próximos dois anos, o projecto vai actualizar o conhecimento científico sobre a distribuição e abundância de cetáceos, o impacto da actividade da pesca e avaliar as medidas de mitigação aplicadas no golfo de Biscaia e costa ibérica para alcançar o bom estado ambiental no âmbito da Directiva-Quadro Estratégia Marinha (DQEM).
Além de aprofundar o conhecimento científico sobre a distribuição, habitat, abundância, características demográficas e taxas de mortalidade destas espécies, o projecto vai propor medidas técnicas tendo em vista a redução das capturas. “As actividades previstas serão desenvolvidas em estreita colaboração com o sector pesqueiro”, acrescenta o Ciimar.
O projecto envolve 15 parceiros de administrações públicas e organismos públicos de investigação e de conservação, em colaboração com o sector pesqueiro e organizações não-governamentais de ambiente (ONGA). Além do Ciimar, em Portugal integram o projecto a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e a Universidade do Algarve.
Espanha participa no projecto através da Fundação AZTI, a Fundação Biodiversidade, o Instituto Espanhol de Oceanografia, a Secretaria-Geral da Pesca (SGP) e a Secretaria do Estado do Meio Ambiente. Já França é representada pelo Ministério da Transição Ecológica, da Universidade de La Rochelle e do Gabinete Francês da Biodiversidade. O CetAMBICion desenvolve-se de acordo com a Directiva Habitats e a Política Comum das Pescas.