Há mais três concelhos acima do limite de incidência. Um em cada cinco não tem novos casos há duas semanas

Quase 20% dos municípios de Portugal não registaram novos casos nas últimas duas semanas. Número de concelhos acima do limite de incidência aumentou para 29, mas o contágio estagnou ou continua a abrandar em mais de metade do país.

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O número de concelhos acima do limite de incidência definido pelo Governo aumentou, de acordo com o boletim Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta sexta-feira. Há agora 29 concelhos com uma incidência cumulativa superior a 120 novos casos de infecção por 100 mil habitantes a 14 dias, mais três do que na actualização de segunda-feira.

A DGS adianta no boletim que as incidências cumulativas a 14 dias por concelho vão passar a ser publicadas à sexta-feira para “diminuir o intervalo entre a extracção de dados e a publicação dos mesmos”. Até agora, a incidência cumulativa no boletim de segunda-feira reflectia os valores da terça-feira anterior. Os dados, que correspondem ao período entre 24 de Março e 6 de Abril, mostram que 90% dos concelhos estão abaixo do limiar de incidência definido (221 em 308 concelhos).

Apesar da passagem de 26 para 29 municípios acima do limite, o contágio continua a diminuir ou mantém-se inalterado na maioria dos concelhos: cerca de três em cada cinco (196, cerca de 64%). Em 308 concelhos, 123 registaram uma diminuição da incidência cumulativa e 73 não viram esse valor alterar-se – destes, 39 já não tinham registado quaisquer casos entre 17 e 30 de Março.

O país tem agora dois concelhos com uma incidência cumulativa no nível de incidência que anteriormente era considerado de risco “muito elevado” de infecção pelo novo coronavírus. O Machico, que tinha a maior incidência cumulativa a 14 dias, é agora o terceiro município com mais novos casos por 100 mil habitantes, com 470 (menos 30 que na segunda-feira).

Esta lista é agora liderada por Alandroal (Évora), com 581 novos casos por 100 mil habitantes, a que se segue o Nordeste (Açores), com 576. Além destes três concelhos, há outros seis com uma incidência acima dos 240: Moura, Barrancos, Odemira, Portimão, Rio Maior e Vila Franca do Campo.

Do lado oposto, há 59 concelhos (quase 20%) com uma incidência cumulativa nula, não tendo registado qualquer novo caso entre 24 de Março e 6 de Abril.

O número de casos nestes municípios é bastante menor, tratando-se de concelhos com populações pequenas em que um surto de dimensão reduzida pode contribuir para um valor muito alto de incidência cumulativa. Este indicador, que “corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada”, é o método utilizado pela DGS para comparar municípios com diferentes realidades populacionais.

Segundo os últimos dados, o indicador R(t) (o índice de transmissibilidade da doença) nacional fixa-se nos 1,02. Já a incidência a 14 dias por cem mil habitantes fixa-se em 65,7 novos casos se for considerado todo o país. O continente regista um valor ligeiramente abaixo: 63,8 novas infecções por cem mil habitantes.

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