A necessidade de Lisboa islâmica
Rever a cidade islâmica, com drone ou sem ele, é importante? Decerto que sim, como a polémica em torno das ruínas na Sé de Lisboa veio, coloridamente, demonstrar.
Teve lugar no passado dia 8 a apresentação pública de um curto vídeo intitulado Percorrendo a cerca moura, que está disponível nas páginas do Gabinete de Estudos Olisiponenses no Facebook e no YouTube. O perímetro da cidade medieval anterior à Reconquista está bem definido desde o estudo que o genial Augusto Vieira da Silva (1869-1951) publicou, pela primeira vez, em 1899. A muralha pode ser revisitada e reconhecida mas, do ponto de vista físico, só alguns dos seus troços sobreviveram à passagem dos séculos. Da Porta do Ferro, a mais magnificente de todas, resta o sítio — sabemos que ficava no Largo de Santo António — junto à Sé e a descrição de Al-Himyari. Sabemos que era “encimada por arcos sobrepostos que assentam em colunas de mármore, por sua vez apoiadas em embasamentos de mármore”. A muralha ao longo do rio ora se esconde, ora aparece, em sítios como a Casa dos Bicos ou o Eurostars, um hotel com museu dentro. Há mais muralha na base da Igreja de Santa Luzia ou nas traseiras da Igreja do Menino Deus.
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