Portugal teve princípio e quase teve fim em Belgrado

Selecção empatou na Sérvia depois de ter chegado aos dois golos de vantagem. Ronaldo ainda marcou, mas os árbitros não viram a bola dentro da baliza.

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Diogo Jota LUSA/Andrej Cukic
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Bernardo Silva LUSA/Andrej Cukic
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Cristiano Ronaldo LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Diogo Jota LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Aleksandar Mitrovic LUSA/Andrej Cukic
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Rúben Dias e Milenkovic Reuters/NOVAK DJUROVIC
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Kostic e José Fonte LUSA/Andrej Cukic

Fernando Santos tem razão quando diz que não há jogos fáceis ou difíceis. O Azerbaijão parecia fácil e foi o que se viu. A Sérvia parecia mais difícil e, durante meio jogo, pareceu fácil, mas foi uma sensação que não durou o jogo todo. Portugal fez uma bela primeira parte, mas foi-se abaixo na segunda e acabou com um empate (2-2) frente aos sérvios no segundo jogo do Grupo A da zona europeia de qualificação para o Mundial 2022. Um empate que podia ter sido uma vitória mesmo no último minuto: Cristiano Ronaldo marcou, mas, como não há VAR nesta fase da competição e os árbitros desta partida vêem mal ao longe, não houve herói.

Era expectável que Fernando Santos mudasse muita coisa em relação ao jogo com o Azerbaijão. Porque a exibição, apesar da vitória, não tinha convencido. E porque, com três jogos em seis dias, não dá para ter sempre o mesmo “onze” e esperar que as pernas estejam sempre frescas. E assim foi. Houve caras novas na equipa em todos os sectores (menos na baliza), com Cédric e Fonte nos lugares de Nuno Mendes e Domingos Duarte, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira e Bruno Fernandes em vez de Rúben Neves, João Moutinho e Pedro Neto, e Diogo Jota no lugar de André Silva. 

A mesma organização e novas dinâmicas individuais, era o que Fernando Santos queria nesta sua terceira viagem a Belgrado, onde já tinha vencido por duas vezes em contexto de qualificação para o Europeu. E o plano de rotação pareceu funcionar na perfeição. O que quer que passasse pelo meio-campo, morria na bem rotinada defesa portuguesa, algo que é sempre uma das valências mais significativas desta selecção.

Na frente, Portugal tinha gente para expor as fraquezas defensivas dos balcânicos. Aos 8’, esteve bem perto do golo, numa jogada de entendimento entre Jota e Bernardo que acabou com Ronaldo em boa posição para atirar, mas a bola saiu bastante por cima. Sempre no controlo, os portugueses acabariam por justificar o golo logo aos 11’. Num bom envolvimento ofensivo, Bernardo ganhou espaço para cruzar e a bola, impulsionada pelo seu magnífico pé esquerdo, foi ter com a cabeça de Diogo Jota e, depois, ao encontro das redes guardadas por Dmitrovic.

Ao contrário do que tinha acontecido com o Azerbaijão, em que o golo tinha demorado muito a acontecer (e foi marcado por um adversário na própria baliza), Portugal chegava cedo à vantagem e podia construir sobre ela. E aos 36’, em mais um belo momento de ataque português, Diogo Jota fez o 0-2. Cédric cruzou do lado direito e o avançado do Liverpool voltou a ser certeiro com a cabeça - foi o seu quinto golo ao 11.º jogo pela selecção nacional.

Dois golos de vantagem era uma margem que explicava bem as diferenças entre Sérvia e Portugal. E Dragan Stojkovic, seleccionador sérvio há menos de um mês, percebeu isso mesmo e, a partir do banco, alterou as coisas para a segunda parte, procurando equilíbrio na batalha do meio-campo. Entraram Maksimovic e Radonjic e os efeitos sentiram-se no imediato. Ainda dentro do primeiro minuto do segundo tempo, Radonjic fez o cruzamento pela direita e Mitrovic, embrulhado entre Danilo e José Fonte, fez o 1-2, de cabeça.

O golo empolgou a selecção sérvia e assustou Portugal. Os balcânicos cresceram, desequilibraram o jogo a seu favor e aos 60’ chegaram ao empate. Portugal perdeu uma bola no ataque e os sérvios galoparam até à área contrária, onde ninguém estava no sítio onde devia estar. Radonjic dominou, tirou Cancelo do caminho e deixou para Kostic, que fez o 2-2. E pouco depois, aos 66’, o próprio Radonjic esteve perto da reviravolta, com um belo remate que obrigou Anthony Lopes a boa defesa.

O jogo podia cair para qualquer lado, mas ninguém parecia querer ficar com ele nos últimos 20 e tal minutos. O tempo de compensação, porém, ainda foi mais do que animado. Aos 90+1’, a Sérvia ficou reduzida a dez, com a expulsão por vermelho directo de Milenkovic, devido a uma entrada perigosa sobre Danilo.

Depois, foi o que se viu. Nos últimos segundos, Nuno Mendes conseguiu meter uma bola longa na área da Sérvia na direcção de Cristiano Ronaldo, que tinha passado quase anónimo pelo jogo. CR7 conseguiu antecipar-se à saída de Dmitrovic e direccionou a bola para a baliza. Ela foi a rolar e ultrapassou totalmente a linha de golo antes de Mitrovic a afastar. Era golo, mas ninguém viu e, sem VAR para corrigir o lance, não houve 2-3 milagroso de Ronaldo. 

A última imagem que se viu do capitão português foi a sair do campo, a tirar a braçadeira e a atirá-la para o chão. E por falar em jogos fáceis ou difíceis, o Luxemburgo, tido como o saco de pancada do grupo, venceu na República da Irlanda. Vai ser o próximo adversário da selecção portuguesa.
 

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