Covid-19: Mais de cinco mil pessoas pediram apoio social para trabalhadores da Cultura
Prestação no valor de 438 euros começa a ser paga na próxima semana, garante o Ministério da Cultura.
Mais de cinco mil trabalhadores independentes solicitaram o apoio extraordinário para artistas, autores, técnicos e outros profissionais da Cultura, no valor de 438,81 euros, que começa a ser pago na próxima semana, anunciou este sábado o Ministério da Cultura.
“Foram solicitados, até ao momento, 5151 pedidos de apoio extraordinário aos artistas, autores, técnicos e outros profissionais da Cultura, sob a forma de subsídio, no valor de um Indexante de Apoios Sociais, ou seja, 438,81 euros. Este apoio, exclusivo para o sector da cultura e cumulativo com outros apoios da Segurança Social, será atribuído durante os meses de Março, Abril e Maio”, refere a tutela, em comunicado.
O formulário para a requisição deste apoio, destinado a trabalhadores independentes que tenham um código de actividade económica (CAE) ou de IRS (CIRS) no sector, foi disponibilizado online entre 18 de Fevereiro e 18 de Março. Em Janeiro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, já tinha frisado durante uma conferência de imprensa partilhada com o ministro da Economia, Siza Vieira, que a par de outros apoios transversais a todo o sector, foi ainda aprovado um apoio de 438 euros a “todos os trabalhadores que tenham um código de actividade económica ou um código de IRS no sector da Cultura”. Uma medida que, salientou a ministra, decorre da consciência do Governo de que “este novo confinamento, com o encerramento dos equipamentos e a paragem das actividades culturais, vai ter um impacto particularmente forte nos trabalhadores do sector”.
Segundo o Ministério da Cultura, os pagamentos do primeiro mês do apoio extraordinário aos artistas, autores, técnicos e outros profissionais da Cultura “serão efectuados já na próxima semana”.
“No início dos meses de Abril e de Maio, começarão os novos períodos de inscrição para este mesmo apoio, disponível, inclusivamente, para quem não o tenha solicitado no mês de Março”, acrescenta a tutela.
O ministério refere ainda que “começaram este sábado a ser notificados de forma automática os pedidos apresentados nesta primeira fase e que foram recusados, após verificação automática da Autoridade Tributária e da Segurança Social, por não cumprirem os critérios definidos”.
No entanto, “aqueles que considerarem que existe algum erro de verificação de requisitos — nomeadamente CIRS e CAE da cultura — podem reclamar da decisão, através do Portal da Cultura”.
O apoio extraordinário aos artistas, autores, técnicos e outros profissionais da Cultura, inicialmente comunicado como único e entretanto prolongado para três meses, é um dos que foram anunciados pelo Governo em 14 de Janeiro, no âmbito das medidas de resposta à crise provocada pelas restrições decretadas no âmbito da pandemia da covid-19.
Estruturas representativas dos trabalhadores da Cultura lamentaram, em diversas ocasiões, o atraso na implementação desses apoios.
Além disso, alertaram que, tal como em 2020, várias pessoas ficariam de fora deste apoio social extraordinário, nomeadamente por haver trabalhadores das Artes e da Cultura inscritos com CAE (código de actividade económica) ou CIRS (código do IRS) que não estão directamente abrangidos em actividades culturais.
Apesar dos sucessivos pedidos de informação feitos pela agência Lusa ao longo de meses, o Ministério da Cultura não revelou quantos trabalhadores foram abrangidos pelo apoio social, nem quantos efectivamente receberam as prestações.
A actividade cultural voltou a parar em Portugal continental em 15 de Janeiro deste ano, quando foi decretado um novo confinamento generalizado.
No que ao sector da Cultura diz respeito, a 5 de Abril podem reabrir museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.
A 19 de Abril, além da reabertura de teatros, auditórios, salas de espectáculos e cinema, podem também ser retomados os eventos no exterior, sujeitos a aprovação da Direcção-Geral da Saúde. A 3 de Maio, poderão voltar a realizar-se grandes eventos exteriores e interiores, com diminuição de lotação, o que pode vir a incluir festivais.