China recebe pedido de registo de medicamento português
É o segundo medicamento de patente portuguesa e da Bial a chegar ao mercado chinês, depois da comercialização de outro fármaco para tratar a epilepsia.
A Administração Nacional de Produtos Médicos da China recebeu o pedido de registo do Ongentys, um medicamento para a doença de Parkinson desenvolvido pela empresa farmacêutica portuguesa Bial.
Segundo o portal do regulador chinês na Internet, o pedido de registo foi apresentado pela farmacêutica chinesa Shanghai Fosun Pharmaceutical, que faz parte do conglomerado Fosun.
O Ongentys é um fármaco de toma única diária, aprovado em Junho de 2016 pela Comissão Europeia e indicado como terapêutica em pacientes adultos com doença de Parkinson e outras doenças neurológicas.
Em 2018, a Bial tinha chegado a um acordo de licenciamento exclusivo com a Wanbang Biopharmaceutical, subsidiária da Shanghai Fosun Pharmaceutical, para o Ongentys na China continental. O acordo garantiu à Bial um pagamento inicial pela licença de “2,5 milhões de euros, acrescidos de 12,5 milhões, de acordo com o cumprimento de determinados objectivos ao longo da parceria”, disse na altura a empresa com sede na Trofa.
O presidente da Wanbang, Wu Yifang, elogiou em 2018 a “eficácia”, “segurança” e o “regime de toma única diária do Ongentys, acrescentando que iria “trazer uma opção terapêutica alternativa, que dá resposta a uma necessidade médica na China”.
O Ongentys é o segundo medicamento de patente portuguesa e da Bial a chegar ao mercado chinês, depois da comercialização de Zebinix, para o tratamento da epilepsia.
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo o mundo, estimando-se que existam entre sete a dez milhões de pacientes. Na China, a taxa de incidência da doença de Parkinson na população com mais de 65 anos é de 1,7%, com um total de 100 mil novos casos por ano na população total.
O conglomerado chinês Fosun detém o Grupo Luz Saúde, assim como 85% do capital da companhia de seguros portuguesa Fidelidade e 29 por cento do capital do Banco Comercial Português (BCP).