“Vendemos fast-food para as larvas de peixe, ostras e camarão”
Quatro jovens investigadores, há 30 anos, ousaram criar uma sociedade na área das Ciências do Mar, no Algarve, quando a banca canalizava o dinheiro para a construção civil e turismo. “Hoje, somos a empresa mais antiga da Europa, na produção de microalgas”, dizem.
Começaram por estudar uma microalga (Dunaliella salina) para fazer produtos alimentares e protectores solares naturais. A coisa não correu bem, mas não desistiram. Viraram-se para a produção de sal, juntando uma “pitada” de ciência à tradição. O resultado foi o aparecimento de um produto gourmet - a flor de sal e a valorização do sal tradicional. “Oh, Dr. João, não se meta nisso, toda a gente que pediu dinheiro para fazer sal anda com o cinto apertado ou abriu falência”. O presidente da Necton, João Navalho, recorda o conselho que, na década de 90, lhe deu um gerente bancário, sugerindo: “Peça dinheiro para construir vivendas ou apartamentos - não se meta nessa aventura”. Então, não é que a dita “aventura” da biotecnologia teve sucesso, numa terra de turismo? A empresa factura 3,1 milhões de euros por ano.
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