Um antídoto para o populismo? “Levar isto a sério”

A metamorfose política trazida pelo populismo avança a diferentes ritmos, mas está presente um pouco por todas as latitudes. Há uma longa bibliografia sobre o fenómeno nos EUA e na Europa. O PÚBLICO desafiou alguns especialistas a destacarem as lições que os restantes países nos podem dar.

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O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o ex-Presidente norte-americano Donald Trump basearam a sua campanha e governação promovendo um discurso de ódio e medo LUSA/CHRIS KLEPONIS/POOL

Para grandes males, muitos remédios. Pedro Adão e Silva recorda os anos que viveu na Itália de Silvio Berlusconi e aponta pistas para lidar com o populismo. A profilaxia passa por “não tratar por deploráveis aqueles que votam ou que se sentem representados por propostas populistas”, defende, recordando a expressão usada por Hillary Clinton na campanha de 2016 para se referir aos apoiantes de Donald Trump. Além disso, é preciso que a comunicação social resista ao “apelo quase incontrolável” de discutir a actualidade “nos termos que são sugeridos pelo populista” e que “todos os partidos” recusem “qualquer tipo de diálogo” com partidos de extrema-direita. “Aceitar que podem participar em soluções de governação é um incentivo para que as pessoas considerem que vale a pena votar naqueles partidos porque influenciam a governação”, enquanto se “diminui a censura social” sobre esses partidos, até porque eles “nunca se moderam”, avisa.

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