Icebergue do tamanho de Londres desprende-se da Antárctida
Um icebergue com, aproximadamente, a área metropolitana de Londres está a desprender-se da Antárctida. A 26 de Fevereiro, um bloco de gelo desprendeu-se da massa polar, cujas primeiras fendas tinham sido detectadas há dez anos. O icebergue é vigiado por uma equipa de cientistas do British Antarctic Survey.
Um icebergue com cerca de 1270 quilómetros quadrados, aproximadamente o tamanho da área metropolitana de Londres, está a desprender-se da Antárctida, quase dez anos após os cientistas detectarem as primeiras fendas na massa de gelo.
O bloco de gelo que se separou da massa polar na madrugada da última sexta-feira, 26 de Fevereiro, situa-se a menos de 20 quilómetros da estação britânica Halley VI, onde trabalham 12 cientistas que foram retirados antecipadamente, em meados de Fevereiro, informou o centro de investigação polar British Antarctic Survey (BAS).
“As nossas equipas passam anos a preparar-se para que um icebergue se desprendesse da plataforma de gelo de Brunt”, explicou em comunicado a directora do BAS, Jane Francis. Trata-se do terceiro grande bloco que se formou na última década na plataforma de Brunt, a protuberância flutuante de glaciares que fluíram de terra para o mar de Weddell, a sul do oceano Atlântico.
Após separar-se da Antárctida, segundo a cientista, o icebergue poderá agora “afastar-se ou encalhar e ficar próximo da plataforma de gelo de Brunt”.
A equipa de cientistas vigia a fenda com “uma rede automatizada de instrumentos GPS de alta precisão em volta da estação” e envia os dados recolhidos para a Universidade de Cambridge, no Reino Unido. “O nosso trabalho, agora, é vigiar de perto a situação e avaliar qualquer potencial impacto deste desprendimento na restante plataforma de gelo”, explicou o director de operações do BAS, Simon Garrod.
O icebergue tem um tamanho considerável, mas não alcança o A-68A, que se desprendeu em Julho de 2017 da plataforma de gelo Larsen C, no lado ocidental do mar de Weddell.
O A-68A, cuja trajectória pode levá-lo até às águas da ilha de São Pedro, no oceano Atlântico Sul, partiu-se em vários pedaços e está a derreter a uma taxa média de 2,5 centímetros por dia, o que faz com que a sua forma se altere constantemente e tenha de ser monitorizado de forma permanente.