Covid-19. Estudo sugere que testes de saliva são alternativa à zaragatoa

Investigadores defendem que teste de saliva pode aumentar significativamente a capacidade de testagem da população.

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Manuel Roberto

As amostras de saliva são uma alternativa aos tradicionais testes de zaragatoa na detecção da covid-19, sugere um estudo realizado por quatro instituições de ensino superior portuguesas e submetido para avaliação na plataforma de publicações científicas Diagnostics.

Apesar de “alguma heterogeneidade” nas metodologias, a proporção de pacientes infectados e não infectados correctamente detectada pelos testes de saliva foi de 83,9% e de 96,4%, respectivamente conclui o estudo, que aguarda ainda a avaliação pelos pares.

O estudo – realizado por investigadores da Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, da Faculdade de Farmácia de Lisboa, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa – indica que a segunda melhor amostra foi a recolhida na região profunda da garganta (DTS/POS), que obteve uma melhor taxa de detecção correcta da infecção (90,1%) do que a saliva, mas um valor bastante inferior para a correcta detecção de não infectados (63,1%).

De acordo com informação divulgada pela Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, a capacidade de correcta detecção de não infectados foi ainda mais baixa (25,4%) para amostras de expectoração, apesar da razoavelmente elevada sensibilidade na detecção de casos positivos (85,4%).

O trabalho de investigação propõe que, por se basear numa amostra fácil de recolher, o teste de saliva pode aumentar significativamente a capacidade de testagem da população e promover a realização de testes rigorosos em locais como hospitais e clínicas ou escolas, aeroportos e lares.

“Globalmente, a performance clínica de outros tipos de amostras (urina, fezes e lágrimas) foi inferior, mas é importante salientar que o número de estudos relacionados com este tipo de amostras ainda é escasso neste momento”, ressalva o estudo proposto para avaliação.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.441.926 mortos no mundo, resultantes de mais de 110,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.821 pessoas dos 794.769 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.