Bill Gates em entrevista: “Mudar o nível de vida dos países ricos não resolve as alterações climáticas”
“Vai ser mais difícil do que qualquer outra coisa que a humanidade alguma vez teve de fazer”, avisa Bill Gates. Mas, como optimista incorrigível, acredita que o mundo vai eliminar as emissões de gases com efeito de estufa: os “milagres” energéticos são possíveis, falta inovar mais, pondo empresas, cientistas e governos a trabalhar juntos. O bilionário e filantropo escreveu Como Evitar um Desastre Climático e conversou com o PÚBLICO sobre o livro e as lições a tirar da pandemia.
Acredita que “mesmo que os países ricos cortem no consumo a um nível considerável, isso não afecta as alterações climáticas de forma significativa”. O problema é de tal escala, alerta Bill Gates em entrevista ao PÚBLICO por videochamada, que exige uma “cooperação muito maior” entre empresas, cientistas e governos do que a usada na pandemia. São precisos “milagres” energéticos porque as renováveis e mudanças no estilo de vida do Ocidente não serão suficientes para chegar ao objectivo de zero emissões de carbono até 2050. É também por isso que o fundador da Microsoft e a segunda pessoa mais rica do mundo financia as empresas reunidas no consórcio Breakthrough Energy, apostadas em tornar competitivas e fiáveis opções como a energia nuclear, os biocombustíveis e o armazenamento de energia renovável.
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