Peso do teletrabalho diminui para 11,6% no fim do ano
Segundo o INE, estiveram em teletrabalho, no quarto trimestre, 563,5 mil pessoas.
A proporção da população empregada em regime de teletrabalho diminuiu 1,8 pontos percentuais para 11,6% no quarto trimestre de 2020, face ao anterior, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apesar de ter voltado a ser obrigatório em Novembro.
De acordo com o INE, “12,3% da população empregada indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa na semana de referência ou nas três semanas anteriores (597,5 mil pessoas), menos 1,9 pontos percentuais (84,4 mil) que no trimestre anterior”.
Destas, refere, 474,4 mil pessoas (79,4%) indicaram que a razão principal para ter trabalhado em casa se deveu à pandemia covid-19.
Entre os que trabalharam sempre ou quase sempre a partir de casa, 94,3% (563,5 mil) fizeram-no com recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC), ou seja, estiveram em teletrabalho. E neste segmento, registou-se uma quebra de 1,8 pontos percentuais para 11,6%.
À semelhança do trimestre anterior, não houve diferença no número médio de horas semanais trabalhadas entre os que o fizeram a partir de casa e os que trabalharam fora de casa (37 horas em ambos, com valores excluindo a população empregada ausente).
Se considerada a população empregada total, estas médias descem para 35 e 33 horas semanais, respectivamente, sinaliza o INE.
Entre a população empregada que não trabalhou em casa na semana de referência ou nas três anteriores, 166,9 mil pessoas (4,5%) estiveram ausentes do trabalho durante esse período, 15,4% (25,6 mil) das quais devido à pandemia covid-19, um valor inferior em 60,6% (39,4 mil) ao observado no terceiro trimestre de 2020.
À semelhança dos trimestres anteriores, a Área Metropolitana de Lisboa foi a região com maior proporção de empregados que trabalharam em casa nas quatro semanas de referência (23,3%), apesar de se ter observado um decréscimo de 3,3 pontos percentuais nesta proporção em relação ao trimestre anterior.
O mesmo padrão se verificou entre aqueles com um nível de ensino completo correspondente ao ensino superior (26%, menos sete pontos percentuais) e entre os que trabalham no sector dos serviços (15%, menos 2,5 pontos percentuais).
Porém, ao contrário dos últimos trimestres, sinaliza o INE, a educação já não foi a actividade económica no sector dos serviços com maior percentagem de trabalhadores a indicar ter trabalhado em casa no período de referência (10%, menos 16,5 pontos percentuais).
Esse lugar foi ocupado pelas actividades de informação e de comunicação (20,5%, mais 2,7 pontos percentuais).
De entre os que trabalharam em casa, a profissão com maior expressão manteve-se a dos especialistas das actividades intelectuais e científicas (58,2%, menos 4,3 pontos percentuais).