Sporting, um líder que aproveita todos os minutos

“Leões” triunfam de reviravolta frente ao Gil Vicente por 1-2, com dois golos de Coates, e aumentam vantagem sobre o FC Porto para oito pontos.

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O Sporting entrou na segunda volta a sofrer, mas também a ganhar. Depois de mais de meio jogo em desvantagem, os “leões” triunfaram por 1-2, em Barcelos, sobre o Gil Vicente, reforçando desta forma a liderança do campeonato, agora com oito pontos de vantagem sobre o FC Porto e 11 sobre Sp. Braga e Benfica. Tal como havia acontecido no jogo da primeira volta, os minhotos quase que conseguiram levar a vitória até ao fim, mas os “leões” voltaram a acreditar e desta vez tiveram em Sebastian Coates o seu herói improvável. Dois golos do uruguaio nos últimos minutos mantiveram o registo invencível dos “verde e brancos”.

O Sporting — e não se esperava outra coisa — entrou sempre fiel ao seu esquema, com a mesma disposição táctica e os mesmos princípios, com Paulinho a repetir a titularidade (frente à equipa da sua terra, Barcelos), tal como Matheus Nunes. O Gil Vicente aparecia bem diferente do confronto da primeira volta, com uma equipa substancialmente distinta e um treinador novo, mas com igual nível de organização e igual capacidade para causar problemas ao líder, uma solidez defensiva e a noção do que podia fazer para criar a sua própria sorte.

As oportunidades foram-se dividindo entre as equipas. Aos 11’, Matheus Nunes teve um remate perigoso já dentro da área que Denis desviou. Os minhotos tiveram o seu momento aos 26’, numa perda de bola de João Palhinha que Fujimoto aproveitou para testar os reflexos de Adán — o espanhol defendeu para a frente, onde estava Baraye, mas o remate do senegalês saiu por cima. Pouco depois, aos 30’, um livre de Antunes para a área foi desviado pelas costas de Henrique e, não fosse Denis, a bola tinha ido lá para dentro. E Porro também tentou o remate numa boa jogada individual, mas a bola saiu ao lado.

Sempre atento ao que o jogo dava e sem se limitar a estar em posição de expectativa, o Gil Vicente aproveitou da melhor maneira uma paragem colectiva da melhor defesa do campeonato. Com a defesa “leonina” fora de posição, Claude Gonçalves colocou a bola na medida certa do rápido Fujimoto, que surgiu na área sem a marcação de Antunes e, de primeira, não deu quaisquer hipóteses a Adán — foi o primeiro golo do avançado japonês no campeonato.

Esta era uma lição que o Sporting já tinha aprendido, a de como recuperar de uma situação de desvantagem — já o tinha feito várias vezes neste campeonato, uma delas frente ao Gil Vicente na primeira volta. Restava saber se conseguiria aplicá-la frente a um adversário que sabia perfeitamente o que estava a fazer e em condições meteorológicas difíceis. Rúben Amorim esperou até ao intervalo para fazer mudanças e arriscou: com a entrada de Inácio para o lugar de Neto, quis aproveitar a capacidade de passe do jovem central; Tiago Tomás no lugar de Antunes foi para ter mais alguém na frente.

A segunda parte teve um pouco mais de Sporting, mas não o suficiente para causar no imediato grande mossa ao Gil Vicente, que se entrincheirou para defender a vantagem mínima. Apenas de bola parada os “leões” criaram perigo, num canto aos 59’, em que a bola foi ter com Coates ao segundo poste e seguiu da cabeça do uruguaio para Tiago Tomás, que, em frente à baliza, atirou por cima. O técnico “leonino” esgotou as substituições, sem mudar muito o esquema, cada uma delas com um pouco mais de risco, com as introduções de Daniel Bragança, João Mário e Matheus Reis, que se estreou.

Tal como tinha acontecido no jogo da primeira volta, o Sporting conseguiu nivelar o marcador aos 83’. Na sequência de um canto, Paulinho (o do Gil Vicente) teve um alívio deficiente para a entrada da área e Coates, que tinha ficado lá depois do canto, encheu o pé fez o empate. Era o estímulo de que o Sporting precisava para os últimos minutos, em contraciclo com o Gil Vicente, cujo balão ficou quase vazio depois de tanto tempo a ser competente na sua missão.

Já para lá dos 90 minutos, o Sporting ganhou um livre quase junto à linha final, a partir do flanco esquerdo. Porro meteu a bola na área, o capitão uruguaio dos “leões” subiu mais que toda a gente, cabeceou a bola para o relvado e esta escapou-se por entre as mãos de Denis para dentro da baliza dos gilistas pela segunda vez, confirmando a sina positiva do Sporting este ano. Enquanto houver minutos para jogar, haverá sempre tempo para um herói.

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