Covid-19: Johnson & Johnson pede aprovação de vacina nos EUA
Vacina é de dose única e a agência norte-americana agendou uma reunião para dia 26 do comité de peritos que a está a avaliar e pode recomendar a sua aprovação.
A Johnson & Johnson pediu quinta-feira às autoridades sanitárias dos Estados Unidos autorização da sua vacina contra a covid-19, e prepara-se para apresentar igual pedido à agência reguladora europeia.
A vacina, que está a ser desenvolvida pela Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson, revelou nos ensaios clínicos níveis de eficácia inferiores aos das desenvolvidas pela Pfizer e Moderna, será avaliada pela Food and drug Administration (FDA), a agência norte-americana que regula o mercado do medicamento e dos alimentos nos EUA e por avaliadores independentes. Poderá tornar-se na terceira vacina em utilização nos Estados Unidos, o país com mais casos registados de covid-19, quase 26,6 milhões, e 451.145 mil mortos.
Esta é uma vacina concebida para ser administrada num única dose, ao contrário das que estão já em uso, o que poderia fazer aumentar a capacidade dos programas de vacinação.
De acordo com a empresa, em breve será apresentado um pedido semelhante na Agência Europeia dos Medicamentos, que tem vindo a acompanhar o desenvolvimento da vacina, tal como aconteceu com as três que já aprovou para o mercado da União Europeia (Pfizer-BioNtech, Moderna e AstraZeneca).
A Johnson & Johnson adianta que, assim que for concedida aprovação, terá vacinas prontas para expedição, e que até Junho poderá fornecer 100 milhões de doses nos Estados Unidos.
A vacina da Johnson & Johnson revelou uma eficácia de 66% na prevenção de casos de covid-19 moderados e severos, num estudo com 44 mil indivíduos nos Estados Unidos, América Latina e África do Sul.
Mas teve uma eficácia de 85% a evitar casos com sintomas mais graves e, 28 dias depois da administração da vacina, não se registou qualquer caso de hospitalização ou morte.
As vacinas Pfizer e Moderna revelaram, em ensaios clínicos em grande escala nos Estados Unidos, uma eficácia de 95% na protecção para a covid-19 - ainda que os dados sejam anteriores à última vaga e, em particular, ao aparecimento de novas estirpes do coronavírus.
Na quarta-feira, o Governo britânico defendeu que um estudo da Universidade de Oxford sobre a vacina AstraZeneca para a covid-19 valida a decisão de retardar a segunda dose, estratégia rejeitada por países como os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, o principal perito em doenças infecciosas, Anthony Fauci, também se mostrou contra o adiamento da segunda dose da vacina. Os Estados Unidos, adiantou, irão “seguir a ciência” e dados dos ensaios clínicos. As duas doses das vacinas usadas nos Estados Unidos, as da Pfizer e Moderna, devem, respectivamente, ser dadas com intervalos de três e quatro semanas.