Covid-19: número de pessoas vacinadas já ultrapassa total de infectados desde o início da pandemia
Director-geral da OMS apelou a maior cooperação internacional, com o objectivo de fazer chegar vacinas aos países mais pobres.
O número de pessoas vacinadas contra o novo coronavírus já ultrapassa o total de infectados desde o surgimento do SARS-CoV-2, de acordo com os dados disponíveis esta quarta-feira, 3 de Fevereiro. É um marco no caminho para acabar com a pandemia.
Apesar da estatística, ainda não é claro quanto tempo demorará a vacinar a maioria da população mundial. Muitos dos vacinados receberam apenas a primeira de duas doses necessárias. Um total de 104,9 milhões de doses foram administradas, de acordo com a base de dados sediada na Universidade de Oxford, a Our World in Data, e ainda os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América. O total de pessoas vacinadas ultrapassa agora os 104,1 milhões de casos confirmados a que a Reuters se refere.
As infecções por covid-19 ainda estão a aumentar em 44 países e o vírus já provocou a morte de 2,26 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com os dados da Reuters. Peritos de saúde estão a apressar-se para vacinar o maior número de pessoas possíveis, face ao aparecimento das variantes que são mais contagiosas [do que o coronavírus original].
O Centro de Inovação e Saúde da Universidade de Duke confirmou que já foram adquiridas, em todo o mundo, 7,7 mil milhões de doses, com outras cinco mil milhões ainda sob negociação ou como adições opcionais a negócios já acordados.
Israel lidera o ranking mundial, tendo já administrado vacinas suficientes para 28% da população, de acordo com os dados da Our World in Data e assumindo que cada pessoa requer duas doses.
O director-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou na terça-feira a uma maior cooperação entre as nações para atingir uma vacinação com escala suficiente para acabar com a pandemia. “Apesar do aumento de opções de vacinação, a capacidade de produção actual satisfaz apenas uma fracção da procura mundial”, escreveu na revista Foreign Policy.
“Permitir que a maioria da população mundial continue sem vacina vai não só perpetuar doença desnecessária, mortes e a dor de confinamentos contínuos, mas também criar novas mutações do vírus, enquanto a covid-19 continuar a espalhar-se no seio de populações desprotegidas”, escreveu Tedros.
Os países mais ricos “em luta” pelo fornecimento de vacinas da covid-19 têm de se lembrar das situações em partes do mundo mais pobres, disse a OMS na semana passada, alertando que a acumulação de doses “prolonga a pandemia”.