Mesquita Nunes acusa líder do CDS de se “entrincheirar”

Antigo vice-presidente do partido enviou pedido formal para convocação de congresso mas a resposta foi negativa.

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Adolfo Mesquita Nunes defende que não é uma moção de confiança que resolve a crise do CDS Daniel Rocha

Perto de duas horas depois de Francisco Rodrigues dos Santos anunciar a sua decisão, Adolfo Mesquita Nunes acusou o líder do CDS de preferir “entrincheirar-se” do que “ouvir as bases e os militantes”.

Num vídeo publicado no Facebook, o ex-vice-presidente revelou já ter enviado para o presidente do conselho nacional um requerimento (com mais de 50 assinaturas) para que constasse da ordem de trabalhos do conselho nacional a convocação de um congresso extraordinário electivo, mas que a resposta foi negativa. O presidente do conselho nacional, Filipe Anacoreta Correia, terá argumentado que não cabe a este órgão convocar congressos extraordinários electivos que interrompam mandatos. “Esta é uma tese que não acompanho e não tem tradição no CDS que já teve congressos extraordinários electivos. Estarei no conselho nacional a defender que os militantes têm direito a um congresso para definir a estratégia e a forma de dar a volta a isto”, disse o antigo dirigente.

Mesquita Nunes contestou a decisão de Francisco Rodrigues dos Santos de avançar com uma moção de confiança à comissão política nacional. “Se tivesse confiança na sua direcção, no que resta da sua direcção, o presidente do CDS teria anunciado a convocação do congresso extraordinário para ouvir as bases e os militantes. Preferiu entrincheirar-se, procurando a protecção das inerências no conselho nacional”, acusou.

O antigo deputado defendeu ainda que a votação no próximo conselho nacional não deve ser nominal como aconteceu na última reunião – quando foi apreciado o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa – por considerar que esse método é “inaceitável” e que “nem os partidos comunistas usam”.

No vídeo, Mesquita Nunes reitera que o CDS atravessa uma crise de sobrevivência. “Esta crise que a direcção parece aceitar não pode ser resolvida com uma moção de confiança”, disse.

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