Em Portugal e na Europa há um Benfica fraco com os fortes
A equipa de Jorge Jesus venceu apenas um dos nove adversários mais cotados que enfrentou nesta temporada.
A defesa permeável é um problema já muito analisado no Benfica, mas a equipa de Jorge Jesus, depois do maior investimento da história do clube e do futebol português – e um dos maiores a nível europeu – tem nos jogos “a doer” um problema evidente para resolver. Enfrentar adversários de valor próximo do seu tem sido um suplício para a equipa lisboeta, que venceu apenas um dos nove adversários mais cotados que enfrentou.
Usando como amostra os desafios frente ao top-5 da Liga portuguesa – equipas em zona de qualificação europeia – e os duelos frente a Rangers e PAOK – os rivais claramente mais fortes que teve nas provas internacionais –, os “encarnados” apenas conseguiram vencer o Vitória de Guimarães, para a Taça da Liga.
Mesmo nesse jogo o triunfo esteve longe de convencer: chegou apenas no desempate por pontapés da marca de penálti, depois de uma igualdade a um golo nos 90 minutos.
De resto, registam-se desaires atrás de desaires. Foi assim nos dois duelos frente ao FC Porto (uma derrota e um empate), os dois frente ao Sp. Braga (duas derrotas), os dois frente ao Rangers (dois empates) e os tropeções sofridos frente ao Sporting, para a I Liga, e frente ao PAOK, que ditou o afastamento dos “encarnados” do acesso à Liga dos Campeões.
Alargando um pouco mais o lote de equipas portuguesas consideradas de maior valor, o registo não melhora particularmente: no top-7 estão Paços de Ferreira e Santa Clara, mas os “encarnados” só superaram com triunfo o duelo frente aos pacenses.
Para o panorama do Benfica melhorar é preciso descer ainda mais na tabela nacional, analisando vitórias com Moreirense, Tondela ou Marítimo, equipas do top-10, e alargar, lá fora, a formações como Lech Poznan e Standard Liège, frente às quais o Benfica soma três triunfos em quatro jogos (escorregou apenas em casa dos belgas).
Mais do que incapacidade geral para lidar com duelos equilibrados, o Benfica mostrou, em particular, uma apetência preocupante para ser defensivamente permeável em jogos “a doer”.
É certo que a derrota frente ao Sporting e o triunfo nos penáltis frente ao Vitória trouxeram apenas um golo sofrido, mas os “encarnados” foram tudo menos sólidos nestes desafios: sofreram cinco golos do Rangers e do Sp. Braga (em dois jogos), três do FC Porto (em dois jogos) e dois do PAOK (um jogo).
O cenário negro é, portanto, uma evidência. E daqui a poucos dias haverá novo duelo com o Vitória minhoto, desta vez para o campeonato.