Governo reconduz Gomes de Pinho na administração da Fundação Vieira da Silva
A crítica de arte e curadora Isabel Carlos, ex-directora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, vai também integrar o conselho de administração da fundação.
O jurista António Gomes de Pinho foi reconduzido pelo Governo como representante do Estado no conselho de administração da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), em Lisboa, onde entrará também a curadora e crítica de arte Isabel Carlos.
De acordo com o despacho publicado esta terça-feira em Diário da República, a recondução de Gomes de Pinho resulta do “reconhecido interesse em assegurar a sua continuação no exercício daquelas funções de administrador representante do Estado”.
Contactada pela agência Lusa, fonte próxima da FASVS revelou que Isabel Carlos, ex-directora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, foi designada pelos membros do conselho de administração da fundação para substituir a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que pediu para sair, após dois mandatos.
António Gomes de Pinho preside à FASVS desde 2013, quando foi nomeado pelo então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, para substituir Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação (2005-2009), na sequência do seu pedido de demissão. Findo o primeiro mandato, foi reconduzido para representar o Estado no conselho de administração da FASVS para o quadriénio 2017-2020, ao qual tem vindo a presidir por eleição dos seus membros, representantes dos outros fundadores, ou designados por estes, entre cinco e sete no total, segundo os estatutos da entidade.
O cargo de representante do Estado é não remunerado, e tem a duração de quatro anos, até 2024, limite de vigência do novo mandato do conselho de administração.
No conselho de administração da FASVS estão ainda, como vice-presidente, João Corrêa Nunes, em representação da Fundação Cidade de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, pela Câmara Municipal de Lisboa, e Rita Faden, pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Designados pelo conselho de administração da fundação mantêm-se José Manuel dos Santos e Vera Nobre da Costa, enquanto a professora e historiadora Raquel Henriques da Silva pediu para sair, ao fim de dois mandatos, tendo sido homenageada pela FASVS, disse a mesma fonte à Lusa.
A composição do conselho de administração da FASVS para o quadriénio 2021-2024 deverá ser formalizada “em breve”.
António Gomes de Pinho foi administrador e presidente da Fundação de Serralves de 1995 a 2009, e membro do Conselho Geral da Fundação Inês de Castro. Foi presidente do Grupo Parlamentar do CDS e vice-presidente do mesmo partido.
A crítica de arte Isabel Carlos foi directora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian entre 2009 e 2015. Foi co-fundadora e subdirectora do Instituto de Arte Contemporânea, tutelado pelo Ministério da Cultura. Foi membro dos júris da Bienal de Veneza (2003), do Turner Prize (2010), The Vincent Award (2013), entre outros, e organizou exposições na Bienal de Sidney, On Reason and Emotion (2004), Intus, de Helena Almeida, Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza (2005), e Provisions for the Future, da Bienal de Sharjah (2009).
De acordo com os estatutos, são os membros do conselho de administração que elegem o presidente, “mas a tradição é que seja o representante do Estado”, como tem acontecido com António Gomes de Pinho e, anteriormente, com Manuel Pinho, indicou a mesma fonte à Lusa.
O Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, gerido pela fundação, foi inaugurado a 3 de Novembro de 1994, e o seu acervo cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes, e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva.